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Só os taxistas perderam passageiros desde 97

Por Vitor Hugo Brandalise e Eduardo Reina
Atualização:

Enquanto as viagens de ônibus, metrô e trem aumentaram a taxas de dois dígitos, o táxi - cuja frota, de 33,7 mil carros apenas na capital é a terceira do mundo - amargou diminuição no número de deslocamentos, na comparação entre os dez anos que separam as pesquisas. Em 1997, houve 103.397 deslocamentos diários de táxi na região metropolitana, ante 91.043 em 2007, diminuição de 11,95%. Foi a única queda registrada entre os nove meios de transporte analisados na "Origem e Destino". Para pesquisadores, a queda é motivada, principalmente, pelo alto preço da "corrida" na cidade. "Comparando com outras capitais, como Buenos Aires, o preço aqui é absurdo. Como hoje há mais opção, o passageiro vai de metrô ou ônibus", avalia o consultor de tráfego Flamínio Fichmann. Para o pesquisador Alexandre Gomide, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a queda é reflexo de melhorias na economia. "Hoje, as pessoas que tinham condição de pagar eventualmente para sair de táxi já têm meios para comprar seu carro." Para o Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, a queda aconteceu por "coincidência geográfica". "A maioria dos pontos (22 mil) fica no centro, cujas linhas de metrô e ônibus aumentaram nos últimos dez anos", avalia Natalício Bezerra, presidente da entidade. Também chama a atenção o aumento no número de viagens de bicicleta, na comparação entre os dois períodos - em 2007, o número de deslocamentos diários foi 305.052, aumento de 87% em relação a 1997 (162.461). "Sinal de que a população pensa mais em meios de transporte ambientalmente corretos", afirma Gomide. "A tendência para 2017 é que esse modo de transporte apareça com mais força na próxima pesquisa", disse Raul Borges, do Departamento de Geografia da Unesp de Presidente Prudente.

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