Sob acusações, diretora da Anac depõe à CPI do Apagão nesta 5ª

Denise é acusada de forçar abertura de Congonhas e entregar documento com norma que não foi cumprida

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Por Redação
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A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, depõe na manhã desta quinta-feira, 23, à CPI do Apagão Aéreo da Câmara. O depoimento de Denise deve ser tenso por conta das acusações feitas a ela e da quebra de sigilo aprovada pela CPI do Senado, na terça-feira, 21. Após o pedido da quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico - estendido a outros ex-diretores da Anac e da Infraero - Denise chegou a afirmar que estava sendo vítima de "retaliação política". Todas as notícias sobre a crise aérea  Especial sobre a crise aérea  A Anac virou alvo das investigações sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM, que deixou 199 pessoas mortas no dia 17 de julho. O Ministério Público também quer apurar irregularidades na agência, uma desembargadora ligou o acidente da TAM a possíveis fraudes na Anac. Segundo reportagem do Estado de quarta-feira, 22, a presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), desembargadora Marli Ferreira, ligou o acidente do Airbus da TAM ao fato de a Anac ter apresentado documentação à Justiça que embasou a decisão de liberar o Aeroporto de Congonhas para grandes aeronaves. "O tribunal foi fraudado na sua obrigação constitucional de dizer o Direito de forma reta, justa, moral e eqüitativa para o cidadão. E o resultado são 200 mortes e o nosso choro, não como juízes, mas como cidadãos, que se faz ecoar por todo esse País pela falta de responsabilidade administrativa desses administradores que desservem a nação", disse a presidente do TRF. Na terça, a CPI do Apagão Aéreo aprovou o pedido de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal da diretora da agência, Denise Abreu, e de outros ex-diretores da Anac e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Em 22 de fevereiro, Denise Abreu, levou à desembargadora Cecília Marcondes uma norma que proibia pouso de aviões com reverso inoperante em pistas molhadas como a garantia de que as operações seriam seguras. Na CPI do Apagão Aéreo, no entanto, Denise disse que o papel não tinha validade de norma. "Ela se contradiz a cada instante, mente para nós e mentiu para a juíza quando apresentou um documento que a induziu a liberar o aeroporto de Congonhas", afirmou o relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), justificando o pedido de quebra de sigilo de Denise.

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