A embrionária proposta de fusão do PSDB ao DEM soa até agora como mais um tentativa desesperada da oposição de encontrar um rumo após o início da gestão Dilma Rousseff. Afinal, quando observados com lupa, os dirigentes desses dois partidos possuem mais divergências do que convergências em se tratando da raia miúda da política regional. A atual crise enfrentada pelos tucanos em São Paulo não deixa de ser uma prova disso. Sua origem está na eleição de 2008, que colocou em campos opostos o Democratas, em torno de Gilberto Kassab, e o PSDB de Geraldo Alckmin. Não é diferente na Bahia, em Goiás e em outros Estados. Nesses casos, vale sempre o ditado antigo da política: "Farinha pouca, meu pirão primeiro". A campanha de José Serra a presidente no ano passado também escancarou as desavenças entre os líderes na escolha do candidato a vice. Índio da Costa, pelo DEM-RJ, acabou escolhido contra a vontade inicial de Serra. Se não conseguem se entender no varejo, no atacado os oposicionistas sequer ensaiam uma discussão sobre o que fazer e permanecem paralisados diante dos chamados "grandes temas naci0nais", como a ameaça da inflação e os problemas de infraestrutura do País. A única luz surgida até agora veio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que propôs um rumo ao eleger a classe média emergente como um foco, mas sua proposta acabou deturpada até entre os oposicionistas, que enxergaram nela, erroneamente, uma virada de costas aos pobres.