10 de fevereiro de 2017 | 15h16
O número de mortes violentas no Espírito Santo subiu para 121, desde o início do motim da Polícia Militar, em 4 de fevereiro. Os dados foram divulgados pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) com base nos registros do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), órgão do governo do Espírito Santo que reúne instituições como PM, Polícia Civil e Guarda Municipal de Vitória, entre outros. A Secretaria de Segurança não confirma os números.
Pelos dados divulgados pelo Sindipol, o dia mais violento foi a segunda-feira, 6, quando foram registradas 40 mortes. Nesta sexta-feira, 10, houve quatro homicídios até as 10h.
Segue a lista das mortes registradas:
sábado, 4 - 8 mortes
domingo, 5 - 17 mortes
segunda, 6 - 40 mortes
terça, 7 - 22 mortes
quarta, 8 - 14 mortes
quinta, 9 - 16 mortes
sexta, 10 - 4 mortes
Carros roubados. Durante o motim da Polícia Militar no Espírito Santo, 666 veículos foram roubados ou furtados no Estado, segundo o Sindicato de Policiais Civis. De acordo com o presidente do sindicato, Jorge Leal, houve 522 roubos e 144 furtos registrados nas delegacias. "A média mensal no Espírito Santo é de 550 veículos roubados e furtados. Em apenas uma semana, tivemos 666", afirmou Leal. Os registros ocorreram entre 4 e 10 de fevereiro.
ENTENDA A CRISE NO ESPÍRITO SANTO
Familiares e amigos de policiais militares no Espírito Santo começaram, na noite de sexta-feira, 3, a fazer manifestações impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança dos municípios. Sem reajuste há quatro anos, os PMs reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho.
O motim dos policiais levou a uma onda de homicídios e ataques a lojas. Com medo, a população passou a evitar sair de casa e donos de estabelecimentos fecharam as portas. Os capixabas já estocam comida.
Na segunda-feira, 6, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das escolas municipais e de unidades de saúde.
Também na segunda, o governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo. Apesar do reforço, o clima de tensão se manteve no Estado.
A morte de um policial civil na noite de terça-feira, 7, motivou uma paralisação da categoria na quarta, agravando ainda mais a crise de segurança no Espírito Santo.
Após o fracasso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta.
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