O soldado reformado da Polícia Militar, Carlos Mendes, de 60 anos, vem tentando provar que está vivo para tentar receber o valor mensal de sua aposentadoria. O nome dele consta como morto no cadastro da Secretaria de Administração do Estado (Seab), e, desde fevereiro, ele luta para conseguir convencer os funcionários do estado de que não morreu. O resultado da inusitada questão teve um efeito negativo para a saúde do soldado, que sofre de pressão alta e diabetes. A mulher dele, Maria de Lourdes, acompanha Carlos nas visitas para tentar provar que está vivo. "Já levamos documento com fotografia recente e cópia de carteira de identidade, mas não adianta", disse. Carlos passou uma semana sem enxergar, por conta do agravamento dos efeitos do diabetes, e ficou ainda mais prejudicado porque está impedido de utilizar o plano de saúde Planserv, oferecido aos funcionários públicos e pensionistas do governo do estado. No cadastro do Planserv, seu nome ainda constava como morto na manhã desta quinta, 27. A situação chegou a tal ponto que nas agências bancárias onde mantinha conta, o nome de Carlos agora aparece com a indicação "excluído", provavelmente por conta da informação repassada pela Saeb. Carlos serviu durante 14 anos no Batalhão da Polícia Militar de Alagoinhas, a 107 quilômetros de Salvador. Sem a remuneração de R$ 1,2 mil mensais, a família de Carlos, que tem três filhas, vem enfrentando dificuldades. Na Saeb, a informação é de que o erro partiu da diretoria de Finanças da Polícia Militar. A ouvidoria da PM abriu sindicância e vai tomar o depoimento do soldado Reis, como era conhecido na corporação, para apurar o que ocorreu, mas enquanto não tiver uma definição, não há garantia de que ele terá a situação regularizada.