PUBLICIDADE

SP e Rio vão ter calendário único e comitê de moda

Grupo com estilistas que trabalham nas 2 semanas vai definir as datas e as marcas que poderão participar

Por Clarissa Thomé
Atualização:

Organizador do Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, anunciou a criação de um comitê que vai reunir entre 12 e 14 estilistas que trabalham nas duas semanas de moda. São eles que vão definir datas e marcas que participarão dos eventos. A expectativa é de que o comitê comece a atuar em agosto, para preparar os desfiles da estação outono-inverno. A unificação das semanas de moda não é projeto para curto prazo. O Rio deve ficar com moda praia, portanto primavera-verão, e São Paulo, com outono-inverno. "Isso não deve ocorrer antes de cinco ou 10 anos", avisa Borges. Há mudanças já previstas para a próxima edição carioca. A Rio Moda Hype, prêmio de moda, será incentivada a ter programação própria. Nesta edição, os vencedores já desfilaram um dia antes do início oficial do Fashion Rio. A Lilica Ripilica, grife infantil que patrocina o evento, também não voltará na próxima edição. "O desfile de uma marca infantil destoa do restante do projeto", diz Borges. BRIGA Um barraco chique marcou o Fashion Rio. De um lado está Paulo Borges. Do outro, a carioca Eloysa Simão, antiga organizadora do Fashion Rio, substituída pouco antes de começar esta edição. Eles brigam agora pela organização do Fashion Business - bolsa de negócios que movimentou R$ 461 milhões neste ano, 4% a mais do que o evento passado de verão -, que também acontece no Píer Mauá, só que em galpão separado do Fashion Rio. Na segunda-feira, numa festa no Copacabana Palace, Eloysa anunciou que continuaria à frente do Fashion Business, agora chamado Fashion Business Tech, e que passa a ser financiado pela Federação do Comércio do Rio (Fecomércio), com novidades tecnológicas voltadas aos lojistas. A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) e Paulo Borges contra-atacaram: na terça-feira, empresários que têm estandes no Fashion Business receberam uma carta, avisando que a empresa Luminosidade, de Borges, estaria à frente de uma bolsa de negócios na próxima edição de desfiles da moda outono-inverno. O diretor chegou a determinar o posicionamento de fotógrafos no contraluz, no desfile de Walter Rodrigues, ao ar livre, para evitar que a marca Fashion Business, exibida na tenda de negócios, ficasse à mostra. "A marca Fashion Business é minha e da Escala Eventos", disse Eloysa. "Acho que a moda do Rio só tem a ganhar. O expositor vai ter mais opções e mais lojistas frequentando seus estandes." Paulo Borges acredita que o próprio mercado vai se encarregar de selecionar, ou assimilar, os eventos. As mudanças provocadas pela nova gestão de Borges trouxeram outros descontentamentos. O último dia de Fashion Rio começou com o desfile paralelo da grife de Niterói Homem de Barro, uma das dez marcas cortadas nessa edição. "Não teríamos cacife para desfilar sozinhos, sem apoio do evento, mas ser cortado dói", afirmou Aline Rabello, estilista da marca que participou de três edições do evento e recebeu um e-mail da Firjan avisando que quesitos como número de pontos de venda e estrutura da empresa seriam levados em conta."Se o critério é esse, não entendemos o corte: temos mais de 50 pontos de venda e estamos em três países", afirmou Márcio Duque, sócio da Homem de Barro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.