SP estende limite de rodízio para caminhões

Medida passa a vigorar em 45 dias; Prefeitura também vai proibir carga e descarga entre 5 e 21 horas

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Por Camilla Rigi
Atualização:

Em 45 dias, a Prefeitura vai incluir no rodízio de veículos todos os caminhões que circulam pelas Marginais do Tietê e do Pinheiros e pela Avenida dos Bandeirantes. A restrição valerá de segunda a sexta-feira, das 7 às 10 e das 17 às 20 horas, para os mesmos finais de placas dos carros. A medida foi anunciada ontem pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) e desagradou ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), que já prevê congestionamentos nas rodovias de acesso à capital. Veja todas as medidas da Prefeitura contra a lentidão Fórum: as medidas da Prefeitura vão funcionar? Ouça o noticiário sobre trânsito na Rádio Eldorado Veja vídeo sobre o caos que é o trânsito de São Paulo Segundo dados da Secretaria de Transportes, diariamente trafegam por essas vias 210 mil caminhões. Com a adoção do rodízio, cerca de 42 mil veículos devem deixar de circular no horário de pico. Nas outras vias do centro expandido, os caminhões já tinham de respeitar a restrição. O presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego, Roberto Scaringella, , explica que mesmo os caminhões de fora da capital e com placas de outros municípios terão de respeitar o rodízio. "Caberá às empresas se informarem sobre a medida", diz ele. O presidente do Setcesp, Francisco Pelúcio, não vê locais para que os caminhões estacionem durante o horário da proibição. "Vai virar um caos nos acostamentos das rodovias. A fila pode ligar São Paulo a Jundiaí e até Campinas", alertou. De acordo com dados levantados pela consultoria Protran Engenharia, a pedido da Dersa, só pelo Sistema Anhangüera-Bandeirantes entram diariamente em São Paulo 22.382 caminhões. O número consta da elaboração do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do Rodoanel, feito no ano de 2000. Além de incluí-los no rodízio, a Prefeitura vai aumentar a restrição para carga e descarga de caminhões. A atividade será proibida de segunda a sexta-feira, das 5 às 21 horas, até mesmo para os caminhões pequenos - com largura máxima de 2,2 metros e comprimento de 6,3 metros - que hoje circulam livremente por qualquer área da capital paulista. O que ainda se precisa definir é a área restrita. O grupo de trabalho formado por integrantes da Secretaria de Transportes, da CET e do gabinete do prefeito trabalha com duas possibilidades. Manter o perímetro da Zona Máxima de Restrição de Circulação (ZMRC) - um quadrilátero de 25 quilômetros quadrados entre a Marginal do Pinheiros, a Rua Cardeal Arcoverde e as Avenidas do Estado, Brigadeiro Luís Antônio e Juscelino Kubitschek, ou ampliar a proibição para uma área de 100 quilômetros quadrados. "A tendência é implementar na área maior", adiantou Kassab. Ele ressaltou a necessidade de conciliar medidas que melhoraram o trânsito com a preservação do comércio na capital. Por isso, a área de 100 quilômetros quadrados exclui as regiões do Ceasa e a Zona Cerealista - medida que é apoiada pelo Setcesp.

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