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SP projeta minhocão em Moema para ampliação de Congonhas

Proposta enviada a Brasília prevê pilares para extensão de área de escape e demolições também no Jabaquara

Por Alexssander Soares e Bruno Paes Manso
Atualização:

A Prefeitura encaminhou ao governo federal um projeto que prevê a construção de uma área de escape no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, em ambos os lados das cabeceiras da pista com a desapropriação de imóveis residenciais e comerciais nos bairros de Moema e Jabaquara. A idéia é que a obra seja paga com recursos da iniciativa privada, por intermédio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O projeto elaborado por técnicos da Secretaria Municipal de Habitação prevê a construção de pilares formando uma espécie de ''''minhocão'''' para abrigar a área de escape. O investimento seria de R$ 500 milhões. Os pilares sustentariam a estrutura de um caixote coberto com concreto poroso de cerca de 300 metros de comprimento, mesmo método construtivo utilizado no Aeroporto Internacional de La Guardia, em Nova York. A pista principal de Congonhas tem 1.940 metros de comprimento e o aeroporto foi construído em cima de um platô artificial, localizado a 802 metros acima do nível do mar. A área de escape suspensa avançaria por cima das avenidas Washington Luís e Bandeirantes, no lado do bairro de Moema. O perímetro retangular da área a ser desapropriada no lado de Moema da pista de Congonhas teria cerca de 900 metros de cumprimento em linha reta, atingindo imóveis até a Alameda dos Nhambiquaras. O local é bem adensado com imóveis residenciais e comerciais de alto padrão. O metro quadrado construído em Moema custa em média R$ 4,9 mil. O hotel de propriedade do empresário Oscar Maroni Filho, que a gestão Gilberto Kassab, pretende demolir por irregularidades no alvará de construção, está dentro do perímetro a ser desapropriado. O empresário briga com a Prefeitura na Justiça para inaugurar o empreendimento, que segundo Maroni, custou cerca de U$ 27 milhões. A proposta da área de escape na cabeceira oposta da pista, na região do Jabaquara, tem um quilômetro de extensão em linha reta, chegando até a Avenida Engenheiro George Corbisier (veja arte acima). A região é predominantemente residencial, com imóveis antigos. A secretaria elaborou um projeto para ocupar o espaço vago pela área de escape suspensa por pilares no lado do Jabaquara. A idéia seria construir galpões subterrâneos para abrigar mercadorias apreendidas pela Polícia Federal ou para a Justiça Estadual guardar os processos arquivados. Os técnicos da secretaria também imaginam a possibilidade de transformar parte do vão livre em um albergue para atender aos passageiros em trânsito em Congonhas. O espaço seria cedido para exploração da iniciativa privada. ESPAÇO VAGO A elaboração de um projeto para área de escape no Aeroporto de Congonhas foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Kassab. O prefeito repassou a missão para o secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida Filho. ''''Só é preciso vontade política para construir a área de escape em Congonhas'''', disse Almeida. O secretário ressaltou que já estudava a construção dessa área em Congonhas havia um ano. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o governador José Serra (PSDB) também concordam com a construção da área. Especialistas em segurança de vôo consultados pelo Estado defendem a obra pelo tamanho curto da pista principal. Os especialistas só advertem para o risco de um prolongamento da pista , que poderia gerar uma pressão comercial das companhias aéreas para operarem com aviões mais potentes.

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