A administração Regional da Sé, o Sebrae-SP e a Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil realizaram a primeira reunião para discutir o projeto de revitalização do bairro paulistano da Liberdade. A proposta inicial prevê que lojistas e empresários locais recebam financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar as reformas das fachadas dos prédios, a redecoração interna e capital de giro. As operações seriam intermediadas por um agente financeiro ainda não definido, já que o BNDES não emprestará diretamente os recursos. Os empréstimos serão individuais e destinados a cada empresa participante do projeto. O limite de crédito será de R$ 100 mil, dos quais 50% deverão ser usados para obras e o restante poderá ser empregado como capital de giro. O prazo de pagamento será de cinco anos, com carência de seis meses e a incidência de TJLP mais 5% ao ano, além de IOF. Não será necessária a garantia, já que as operações serão avalizadas pelo Fundo de Garantia de Promoção da Competitividade (FGTC). Segundo o gerente de apoio a Financiamento de Capitalização do Sebrae-SP, Antonio Castro, para que a proposta avance é necessário que os lojistas apresentem um macro-projeto de revitalização da Liberdade, dentro das diretrizes da Prefeitura. O projeto deverá abordar, entre outros, a padronização da comunicação visual externa dos estabelecimentos comerciais, do calçamento e a caracterização cultural do bairro. "Queremos que a área expresse bem a cultura da comunidade ali instalada", afirmou. De acordo com gerente, a aprovação do crédito ficará sujeita a análise da saúde financeira das lojas. Saara carioca - Castro disse que os recursos sairão de uma linha especial do BNDES para recuperação de áreas urbanas degradadas e regiões temáticas. Um exemplo em andamento é a recuperação do Bairro do Saara, no centro do Rio de Janeiro, habitado principalmente por imigrantes árabes e judeus. O projeto recebeu a adesão de 67 empresas que financiaram em média R$ 87 mil. O valor total liberado pelo BNDES foi de R$ 5,829 milhões. Castro comentou que outras áreas de São Paulo poderão receber o benefício. De acordo com a administradora Regional da Sé, Clara Ant, são candidatos ao crédito as região das ruas Santa Efigênia e da 25 de Março. Alerta - A administradora lançou um alerta aos lojistas. "Primeiro a Prefeitura vai orientar as empresas a se adequarem a legislação. Depois vai agir pelos meios legais", disse, ao se referir à adequação de fachadas, comunicação visual e calçamento ignorados pelos estabelecimentos da cidade. Para Clara, o programa do BNDES é uma oportunidade de os comerciantes se adaptarem com apoio oficial e sem enfrentar problemas jurídicos. Ela informou ainda que realizará uma reunião na próxima semana com os lojistas da Santa Efigênia para tratar do mesmo assunto.