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STJ suspende julgamento de recurso dos irmãos Cravinhos

A defesa de Daniel e Christian pede para que eles tenham direito à prisão domiciliar. Os dois foram condenados pelo assassinato do casal Richthofen

Por Agencia Estado
Atualização:

O pedido de vista do ministro Hamilton Carvalhido suspendeu o julgamento do recurso dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, levado à decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira, 17. A defesa deles pede para que os condenados tenham direito à prisão domiciliar. O relator do processo, ministro Nilson Naves, votou pela revogação da prisão preventiva, ou seja, pela concessão da liberdade. Mas, com o pedido de vista, a questão fica suspensa até nova votação, o que ainda não tem data para acontecer. Os Cravinhos seguem na prisão. Daniel e Suzane von Richthofen foram condenados a 39,5 anos de prisão, pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen. Cristian pegou uma pena menor: 38 anos e seis meses. Naves baseou seu voto no entendimento de que o decreto de prisão, de janeiro deste ano, não apresenta fundamentação suficiente para justificar o encarceramento dos irmãos. Em tal decreto, o juiz argumentou que decidiu acatar o pedido do Ministério Público, segundo o qual os irmãos teriam feito apologia ao crime. Na entrevista, eles relataram, de forma natural, todos os fatos do crime, desde a preparação, os antecedentes e o assassinato. Para o ministro Nilson Naves, no entanto, a argumentação de apologia ao crime é "vazia" porque o crime já era conhecido por toda a sociedade, com a divulgação que recebeu de toda a imprensa brasileira. Os demais fundamentos do decreto de prisão dizem que os irmãos, ao revelarem planos para o futuro, faziam pouco caso da Justiça e da lei ao darem por certa a liberdade e que a intenção demonstrada por Daniel na entrevista de representar o Brasil em campeonatos mundiais de aeromodelismo poderia resultar em uma fuga do País, o que inviabilizaria o processo. Para o ministro, o objetivo de toda a prisão é a ressocialização e a reintegração do preso à sociedade. Na opinião dele, "os planos dos irmãos Cravinhos para o futuro seriam salutar na medida em que demonstram a pretensão de reeducação e retorno ao convívio social".

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