
03 de junho de 2009 | 07h42
O mini-submarino francês Nautile, usado em operações de busca das carcaças do Titanic, deverá participar do resgate das caixas-pretas do avião da Air France que caiu no Atlântico na segunda-feira.
Veja também:
Tragédia se desenhou em apenas quatro minutos
Ouça a íntegra da entrevista de Jobim
Todas as notícias sobre o Voo 447
Lista de brasileiros que estavam no voo
Lista de todos os passageiros que estavam no voo
Acompanhe a cobertura pelo blog Tempo Real
Podcast: Especialista não tem dúvidas de que avião da Air France caiu no mar
Podcast: Coronel da FAB fala sobre o desaparecimento do avião da Air France
Cronologia dos piores acidentes aéreos dos últimos dez anos
Anac monta sala no Galeão para familiares; veja telefones de contato
TV Estadão: Especialista fala sobre o acidente
Air France reforça equipe para atender famílias das vítimas
Airbus pode ter sido atingido por raio durante tempestade
Voo 447 pode ter tido problemas em zona intertropical
Voo 447 reportou pane antes de desaparecer dos radares
Profundidade na área dos destroços chega a 3 mil metros
O Nautile, que também ajudou nas buscas pelo petroleiro Prestige, que causou um desastre ecológico na Europa em 2002, está sendo levado para o local onde os destroços do avião foram vistos, a cerca de 700 quilômetros de Fernando de Noronha, pelo navio francês Pourquoi Pas.
O mini-submarino, normalmente operado por dois pilotos e um observador , é equipado com braços motores e pinças e pertence ao Instituto Francês de Pesquisas para a Exploração do Mar (Ifremer, na sigla em francês). Ele deve integrar as operações de busca a pedido do governo francês.
O Nautile foi o primeiro submarino a alcançar a carcaça do Titanic, que estava no fundo do mar desde 1912, depois que o navio foi detectado por sonares franceses no Atlântico Norte. Desde o início de suas operações, em 1984, o Nautile já realizou mais de 1,5 mil trabalhos de busca. O submarino pode mergulhar a profundidades de até 6 mil metros.
O ministro francês dos Transportes, Jean-Louis Borloo, solicitou que o navio Pourquoi pas, em missão nos Açores, se dirija imediatamente ao local das buscas para ficar à disposição do núcleo de coordenação do Estado Maior das Forças Armadas da França.
O Pourquoi Pas deve chegar à área em oito dias, disse à BBC Brasil o porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas da França, comandante Christophe Prazuck. A missão do Pourquoi Pas é tentar localizar e recuperar as caixas pretas do avião da Air France. Com esse navio equipado de um robô e do mini-submarino Nautile, o governo francês quer reforçar os meios mobilizados na realização das buscas.
Caixas pretas
O objetivo prioritário é recuperar as caixas pretas do avião, que emitem sinais durante 30 dias. Para isso, a primeira tarefa será localizar de maneira mais precisa a possível área onde o aparelho caiu, afirma Olivier Lefort, diretor de operações navais do Ifremer.
Segundo Lefort, a área em que foram encontrados destroços do avião vai servir de ponto de partida para calcular o possível o ponto de impacto da nave.
Quando a área em que estão as caixas pretas for localizada, o que pode ocorrer inclusive com a utilização de um sonar, os dois equipamentos a bordo do Pourquoi Pas, o submarino Nautile e o robô Victor, devem ser acionados para recuperá-las.
Na avaliação do diretor do Ifremer, o Nautile, equipado com um sonar lateral, é melhor adaptado às operações de localização, já que o submarino é ocupado por dois pilotos e um observador. "O olho humano tem maior precisão do que as câmeras de vídeo e de foto do robô", afirma Lefort. Mas tanto o Nautile quanto o robô não podem serrar a fuselagem do avião, se for necessário.
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Encontrou algum erro? Entre em contato