Sucessor tem perfil investigativo

PCC planejou matar Ferreira Pinto quando ele estava à frente da SAP

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Por Marcelo Godoy
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O novo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, é conhecido pelas investigações que fez e pelas crises que enfrentou. Em um momento em que a pasta é sacudida por denúncias de corrupção, o governador José Serra foi buscar para o cargo um homem com experiência na apuração de escândalos, como no caso do antigo Grupo Antissequestro da Polícia Civil (GAS), quando, em 1989, um dos mais famosos delegados de São Paulo foi parar na cadeia acusado de achaques durante a investigação do sequestro do banqueiro Antônio Beltran Martinez. Formado pela Academia de Oficiais da Polícia Militar do Barro Branco, Ferreira Pinto saiu aspirante a oficial na turma de 1968, a mesma do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e do ex-secretário da Segurança Ronaldo Bretas Marzagão. Entrou para o Ministério Público Estadual (MPE), onde atuou na área criminal. Em 1993, foi nomeado por Fleury secretário adjunto da Administração Penitenciária - ele foi mantido no cargo pelo governador Mário Covas. Foi Ferreira Pinto quem teve de usar a PM pela primeira vez para invadir um presídio após o massacre de 111 presos na Casa de Detenção - ocorrido em 1992. De volta ao MPE, Ferreira Pinto se tornou procurador de Justiça e fez parte do Conselho Superior da entidade. Fez oposição à gestão do então procurador-geral Luiz Antônio Marrey, de quem mais tarde se tornaria colega de governo. Em junho de 2006, foi convidado pelo governador Claudio Lembo (DEM) para assumir a Secretaria da Administração Penitenciária. Havia apenas um mês que os líderes do Primeiro Comando da capital (PCC) haviam promovido de dentro dos presídios a onda de ataques que matou mais de 40 policiais e parou São Paulo. Desde que assumiu a SAP, o secretário passou a acompanhar todos os movimentos da facção. Acabou por se tornar alvo de um plano dos criminosos que visavam a assassiná-lo - dois pistoleiros foram levados por um advogado da facção até a sede da secretaria para cometer o crime, mas a inesperada presença de uma segurança reforçada evitou o ataque. Como última ação na SAP, Ferreira Pinto conseguiu, por meio de seu serviço de inteligência, evitar uma fuga em massa na Penitenciária 1 de Avaré. Ele deixa para seu substituto um problema, a superpopulação nos presídios, e um plano: a construção de 49 novas penitenciárias. FERREIRA PINTO Formação: Academia do Barro Branco Carreira: Entrou para o Ministério Público Estadual (MPE), onde atuou na área criminal Nomeação: Em 1993, foi nomeado pelo então governador Luiz Antônio Fleury adjunto da Administração Penitenciária Volta ao MP: Torna-se procurador de Justiça Volta ao governo: Em junho de 2006, foi convidado pelo governador Claudio Lembo para ser titular da Secretaria da Administração Penitenciária

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