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Suposta carta do PCC é apreendida em Ribeirão Preto

Carta pede fim da opressão carcerária e dos ataques a policiais e seus familiares, mas que ressalta que agentes penitenciários continuam como alvos

Por Agencia Estado
Atualização:

Cinco homens foram suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presos em Ribeirão Preto com uma carta, que pode ter sido escrita por integrantes da facção e de dentro de algum presídio. A abordagem aconteceu no final da tarde de quinta-feira, 13, quando policiais militares notaram que um papel foi jogado de um veículo suspeito. A folha de uma agenda tinha como conteúdo, sem assinatura, o pedido do fim da opressão carcerária e o fim dos ataques a policiais e seus familiares, mas que os agentes penitenciários continuassem como alvos. A carta seria copiada e distribuída pelo Estado. Num sítio, foi encontrada uma porção de maconha e um revólver calibre 32. Por isso, os cinco homens foram indiciados por crime contra a segurança nacional, porte ilegal de arma e formação de quadrilha. Ataques Cinco ônibus foram incendiados na região de Ribeirão Preto entre a noite de ontem e esta madrugada - um em Ribeirão Preto, um em Araraquara, dois em Jaboticabal e um em Monte Alto, onde um caminhão de lixo também foi incendiado. Não houve feridos. Em Ribeirão Preto, três homens se passaram por passageiros, roubaram o dinheiro do caixa e atearam fogo num ônibus da empresa Turb, no Jardim Salgado Filho 1, na noite de ontem, 13. O motorista, o cobrador e um passageiro foram retirados antes do incêndio. Foi o primeiro ataque ao transporte coletivo no município. Devido ao incidente, as três empresas permissionárias da cidade retiraram seus veículos de circulação durante a madrugada. A Polícia Militar montaria um esquema especial para garantir a segurança dos ônibus hoje. O ataque mudou a rotina da coleta de lixo na cidade, que foi antecipada para começar às 15 horas, e não mais à noite, nesta sexta. Em Araraquara, um ônibus também foi incendiado, por quatro homens armados, na noite de ontem, no bairro Águas do Paiol. Na mesma cidade, a casa de um agente penitenciário foi pichada, no bairro do Carmo, com um frase pedindo o "fim da opressão nos presídios". Em Barrinha, um adolescente de 16 anos foi detido com quatro coquetéis molotov durante a noite, que poderiam ser usados em ataques, segundo a polícia. Em Morro Agudo, uma quadrilha incendiou um caminhão de lixo da prefeitura, após quatro homens armados renderam o motorista quando o veículo chegava ao aterro sanitário. Em Jaboticabal, dois ônibus foram incendiados. O primeiro ocorreu no Jardim Paulista, na noite de ontem, após um homem armado mandar todos descerem do veículo, antes de atear fogo. Na madrugada desta sexta, outro ônibus, que estava estacionado, foi incendiado, no centro - o veículo ficou parcialmente queimado. Devido aos ataques, os ônibus coletivos só funcionarão até as 18h30 de hoje, não mais à noite. Em Monte Alto, a base da Guarda Civil Municipal (GCM) foi atingida por vários tiros no final da noite de ontem. Pouco depois, um ônibus intermunicipal foi incendiado numa garagem. Em Belo Horizonte, pelo menos uma agência bancária na avenida Pedro II, região noroeste da capital mineira, foi atingida por uma bomba incendiária hoje. Um bilhete com reclamações sobre opressão no sistema carcerário foi encontrado na agência. A Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Defesa Social não estão fornecendo informações sobre o suposto ataque. (Colaborou: Eduardo Kattah)

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