Suposta entrevista de Marcola é ´um escândalo´, diz deputado

O deputado disse ainda ter se surpreendido em ver o governador de São Paulo, Claudio Lembo, afirmar não saber quem enviou televisões aos presídios

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Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS) classificou como "um escândalo", "um deboche", a suposta entrevista de Marcos Camacho, o Marcola, por telefone celular, da cadeia de segurança máxima em Presidente Bernardes, para a TV Bandeirantes, na madrugada desta quinta-feira, 18. Pimenta disse que está evidente que não há controle sobre o regime em que o preso se encontra. "Como ele está com celular? É evidente que está havendo condescendência. É um deboche", disse o deputado. Sobre a possível declaração de Marcola de que o PCC está preparado para novos ataques, Pimenta afirmou que a polícia de São Paulo não pode aceitar esse tipo de provocação. O deputado criticou ainda o que considerou uma relação "institucional" com os presos. "São criminosos, condenados, que devem ser tratados como bandidos, respeitando as leis e não estabelecer uma relação como líderes de instituição", disse. O deputado disse ter se surpreendido em ver o governador de São Paulo, Claudio Lembo, afirmar não saber quem enviou televisões aos presídios, para os jogos da Copa do Mundo. "A CPI já sabe que foi o PCC. Sessenta aparelhos de televisão chegaram pelo Sedex, sem remetente. E a administração penitenciária acha normal. Isso é submissão, conivência", afirmou. O relator criticou ainda o fato de a polícia ter trocado a cor de uniformes de laranja para cinza, atendendo reivindicação dos presos. Paulo Pimenta disse que esteve ontem com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Elen Grace, junto com outros membros da CPI, discutindo uma forma de evitar a exposição de juízes que decidem sobre questões relacionadas ao crime organizado. Ele disse que isso foi feito na Itália, durante a operação mãos limpas, e na Colômbia. Isso, segundo ele, seria uma forma de evitar que os juízes sejam intimidados pelo crime.

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