
01 de dezembro de 2015 | 22h29
Atualizada às 11h35
Foram 16 dias de espera para que a lama tóxica vinda da barragem da mineradora Samarco, em Minas Gerais, atingisse a praia de Regência, no Espírito Santo. Ciente da destruição inevitável, um grupo de surfistas tentou aproveitar nesta terça-feira, 1, pela última vez, as ondas tubulares da praia.
A lama da Samarco, vista do espaço
Em carta, o biólogo Eric Freitas Mazzei relatou como foi a experiência de aproveitar o local, conhecido como "ícone maior do Surf capixaba e lenda no cenário nacional", conforme descreve.
Em outro trecho da carta, são apontadas três consequência "terríveis" da catástrofe: morte da fauna e flora, que entrou em contato com os metais pesados contidos na lama; destruição do modo de vida das pessoas que habitam a região, que faziam usufruto dos recursos naturais; e destruição da economia local.
Além de aproveitarem pela última vez a praia de Regência, os surfistas usaram a carta para fazer uma espécie de missa de 7º dia da morte da praia de Regência.
Desastre. O colapso da barragem gerou uma onda de lama que percorreu 55 km do Rio Gualaxo do Norte até atingir o Rio do Carmo, no qual percorreu mais 22 km, e chegar ao Rio Doce, no qual viajou mais algumas centenas de quilômetros até chegar ao mar, no norte do Espírito Santo. No total, segundo o Ibama, 663 km de rios foram diretamente impactados.
Segundo um laudo técnico preliminar do Ibama, o derramamento de lama da Samarco destruiu 1,5 mil hectares de terra e contaminou mais de 650 km de rios, incluindo áreas de preservação permanente.
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