
22 de agosto de 2010 | 00h00
Arruda afirmou aos procuradores que os cheques teriam sido entregues a Deborah pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal e principal operador do mensalão do DEM Durval Barbosa. A promotora teria contado que Roriz ainda lhe devia um cheque, a quarta parcela, no valor de R$ 800 mil. As denúncias contra Roriz vieram à tona durante o episódio que se tornou conhecido como Bezerra de Ouro.
Na época, escutas telefônicas revelaram uma negociação entre ele e o ex-presidente do Banco de Brasília Tarcísio Franklin para dividir R$ 2,2 milhões dados pelo empresário Nenê Constantino. Ao explicar a transação, Roriz afirmou que o dinheiro seria um empréstimo para a compra de uma bezerra. O argumento não convenceu a opinião pública e, diante das pressões, Roriz acabou renunciando ao mandato de senador.
As denúncias contra Roriz e Deborah foram feitas por Arruda durante suas explicações sobre o escândalo em que ele foi protagonista: a Operação Caixa de Pandora. Aos procuradores, Arruda afirmou que Deborah teria repetido com ele o procedimento adotado com Roriz: em troca de propina, ela não divulgaria uma fita feita por Barbosa, em que ele aparece recebendo dinheiro supostamente ilegal, em 2005. A gravação fazia parte da coleção de vídeos que mais tarde deflagrou uma crise política inédita no DF.
Roriz e Arruda foram aliados no passado. Arruda, no entanto, não esconde sua desconfiança de que Roriz teria orquestrado as denúncias que o levaram a perder o governo do Distrito Federal e ir para a cadeia.
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