Suspeito da morte de deputado depõe na PF

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O assessor do vereador Marcos Abrahão (PSL), Vanderley da Cruz, foi conduzido nesta segunda-feira à sede da Polícia Federal em Niterói para prestar depoimento, sob suspeita de participação no assassinato do deputado e pastor Valdeci Paiva de Jesus (PSL), morto com 19 tiros há quatro dias numa emboscada em Benfica, zona norte do Rio. Uma equipe da PF esteve nesta segunda em Rio Bonito, município do Grande Rio onde Abrahão é vereador, para localizar Cruz e convidá-lo a prestar esclarecimentos. A assessoria de imprensa da PF informou que eles foram juntos até Niterói, no carro de Abrahão, e que Cruz não foi obrigado a depor. No fim da tarde, uma testemunha do crime levada até a delegacia da PF não reconheceu o assessor do vereador como o assassino do deputado. Marcos Abrahão foi eleito para a Assembléia Legislativa do Rio no ano passado e é apontado como suplente para a assumir em fevereiro a vaga de Valdeci de Jesus. O vereador esteve nesta segunda na PF, mas negou que seu assessor estivesse depondo. A assessoria de imprensa da corporação informou que Abrahão havia comparecido para acompanhar o relato espontaneamente. No entanto, ele disse que foi até a delegacia para ?tomar ciência dos fatos? e não para acompanhar alguém. ?Que eu sabia, não tem ninguém detido. Só tenho a lamentar o que está acontecendo. Sou candidato a prefeito na minha cidade, fui o vereador mais votado e quem vai decidir quem será o suplente na vaga de deputado será meu partido. A verdade virá à tona. Não tem ninguém fugindo, não devo nada. Vim no meu próprio carro. Só vim com meu advogado (Mário Cyfer) e meu motorista. Não tem ninguém depondo.? Abrahão disse ainda que não conhece o deputado federal Bispo Rodrigues (PL), que o havia acusado de tê-lo ameaçado de morte. Nesta segunda à tarde, o deputado federal Alexandre Santos (PSDB-RJ), destacado pela Câmara dos Deputados para acompanhar o caso, afirmara que o assessor de Abraão é a pessoa descrita no retrato falado divulgado pela polícia horas depois do assassinato. Abrahão, um ex-policial militar, é considerado principal suspeito de ter orquestrado a morte de Valdeci desde o dia do crime. Ele assumiria em fevereiro como suplente de Valdeci na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), para onde o deputado foi eleito nas últimas eleições. Abrahão é acusado também de ter ameaçado de morte a prefeita de Rio Bonito, Solange Pereira de Almeida (PV). Teria ainda arrancado material de propaganda de adversários políticos das ruas do município no último pleito. O deputado Alexandre Santos disse que será recebido nesta terça-feira pela equipe do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir os casos de violência contra políticos no Rio. ?Não podemos deixar que isso continue acontecendo. Se nós, que somos representantes de um poder, estamos ameaçados, o que dirá o cidadão comum. Temos que dar a todos o direito de ir e vir, como funciona numa sociedade normal. A política não é lugar de bandidagem.? Santos quer esclarecer os casos ocorridos no Estado em que as vítimas eram vereadores ou prefeitos. No último sábado, Alcebíades Sabino dos Santos (PV), prefeito de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, levou dois tiros ao sair de um cinema e está internado num hospital no Rio. No mês passado, o vereador Pedro Dinédio, de Rio das Ostras, foi assassinado em frente à Câmara dos Vereadores. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o vereador Washington Reis (PPB), vem recebendo ameaças, segundo o deputado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.