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Suspeito de crime em trilha vai responder por latrocínio

Por Evandro Fadel
Atualização:

Juarez Ferreira Pinto, de 32 anos, principal suspeito de ter matado o estudante Osíris del Corso, de 22 anos, e baleado a namorada dele, M.P.L., de 23, no dia 31 de janeiro, em Matinhos, no litoral do Paraná, vai responder por latrocínio consumado, latrocínio tentado e atentado violento ao pudor. Ele está preso desde terça-feira. A polícia baseou-se no reconhecimento feito pela jovem e no depoimento de duas testemunhas. Na quinta-feira, Pinto foi levado ao hospital onde a jovem está e lá foi "definitivamente" reconhecido. A moça já o havia identificado por fotos e vídeo. "Ele esteve diante dela em situações diferentes, com pessoas diferentes, e em todas as ocasiões foi apontado como autor", afirmou, por meio de assessoria, o delegado Luiz Alberto Cartaxo. A jovem deve ter alta em até uma semana. Segundo o delegado, uma testemunha disse ter visto um homem com as características do acusado descendo a trilha do Morro do Boi na noite do dia 31. Outra pessoa o teria visto na manhã seguinte em Caiobá, perto do morro. O delegado informou ainda que colegas de Pinto negaram que eles estivesse trabalhando na hora do crime. O exame de DNA deu negativo. O material das manchas em uma camiseta encontrada no morro não combina com as características genéticas do suspeito. Cartaxo afirmou que o resultado já era esperado. "A jovem, abalada, achou que pudesse ser dele a camiseta, mas depois ela não reconheceu a camiseta." O delegado negou a versão inicial de que a jovem teria sido estuprada, apesar de as investigações apontarem para "motivação sexual". "Ela disse que ele a teria molestado, tocando em partes íntimas, mas não chegou a ser estuprada." O advogado do acusado, Nilton Ribeiro, disse que o cliente nega o crime. Para ele, o enquadramento por latrocínio foi uma "manobra" da polícia. "Viram que, em júri popular, ele seria absolvido, em razão das trapalhadas que fizeram. Por isso, inventaram o latrocínio, julgado só pela juíza." Ele disse ter provas de que Pinto trabalhava no dia do crime a 22 quilômetros do Morro do Boi, e cobrou exame de DNA do esperma. Segundo Ribeiro, Pinto tem aids e hepatite C, por isso não conseguiria subir e descer o morro e lutar com as vítimas. "A semelhança com o retrato falado existe, pois ele é gordinho e careca." O suspeito mora em Curitiba, mas trabalhava no balneário de Santa Terezinha. Ele já esteve preso por tráfico.

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