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Suspeito e advogada são presos por tentativa de suborno

Por Agencia Estado
Atualização:

Um suspeito do assalto à casa do senador Gilberto Mestrinho, sua advogada e o marido dela foram presos sob acusação de corrupção ativa na noite de sexta-feira. Reinaldo de Oliveira Vieira, de 27 anos, foi abordado quando passeava numa feira de modas com a mulher. Antes de saber sob qual acusação, ofereceu um "desenrole", gíria usada por criminosos para propina. Perguntou se os policiais queriam carro ou dinheiro. Foi preso. Em seguida, a advogada dele, Márcia Valéria de Carvalho Paiva, de 38 anos, chegou à Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) com R$ 29.975 numa pochete. "Eu trouxe o desenrole", disse a um policial, entregando a bolsa. Também acabou presa. O marido, Ocimar Almeida dos Santos, de 39 anos, dono da pochete, chegou logo depois, perguntando quanto a polícia queria para soltar sua mulher. "Era tanto desenrole, que acabou todo mundo enrolado", brincou o delegado Marcos Reimão, titular da Core. Reimão recebeu denúncia no início da noite de sexta-feira, segundo a qual um traficante da Rocinha, que teria participado do assalto à casa do senador, estaria no Jockey Clube, numa liquidação de roupas de grifes famosas. Depois de preso, Vieira negou ser traficante e também a participação no roubo. Disse à polícia que era especializado em roubos a casas de câmbio e que foi condenado a uma pena alternativa por porte ilegal de armas. Acusou ainda outras duas pessoas, um motoboy e um ex-segurança, pelo assalto a Mestrinho. "Reinaldo contou que ouviu traficantes comentarem que ficaram revoltados com o roubo, que atraiu a polícia para a favela, e que acertariam contas com o segurança e o ex-motoboy", disse Reimão. Para o delegado, há poucos indícios da participação de Vieira no roubo à casa de Mestrinho, mas informou que ele passará por sessão de reconhecimento durante esta semana. O assalto ao senador do PMDB ocorreu na noite de domingo de Páscoa, quando 15 homens armados com pistolas, escopetas e um fuzil invadiram a casa de Mestrinho, num condomínio de luxo em São Conrado, zona Sul do Rio de Janeiro. O senador amazonense, a mulher dele, Maria Emília Martins Mestrinho e três empregados ficaram pelo menos duas horas sob o poder de bandidos, que chegaram a agredir os reféns. O senador, de 78 anos, foi agredido com chutes, tapas e golpes com o cano de um a escopeta, e sua mulher, de 50, chegou a levar dois socos, um deles no rosto. Os bandidos levaram cerca de R$ 16 mil em dinheiro, jóias, pelo menos 14 quadros e boa parte da prataria da casa. Os criminosos fugiram em direção à Barra da Tijuca. A casa não tinha alarmes ou circuito interno de TV. O caso está sendo investigado pela delegacia da Gávea (15ª DP) .

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