Suspeitos da morte de Toninho ameaçam processar o Estado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados de defesa dos quatro suspeitos da morte do prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, que cumprem prisão temporária, pediram a revogação da prisão e afirmaram que irão entrar com uma ação de indenização contra o Estado, por danos morais. Segundo a advogada Márcia Regina Miranda, que defende dois dos quatro suspeitos, o pedido e a ação estão respaldados no depoimento de uma nova testemunha, colhido no Ministério Público na terça-feira, que afirma não ter visto nenhuma moto passar pelo local no momento do crime. Anderson Rogério Davi, Flávio Mendes Claro e o menor A.S.C. haviam confessado ter cometido o assassinato - que teria sido um assalto seguido de morte - sobre duas motocicletas. O quarto acusado, apontado pelos outros três, Globerson Luiz da Silva, negou a participação. Márcia explicou que o valor da indenização ainda não foi definido, e que a Justiça irá se pronunciar sobre as prisões na segunda-feira. O Estado apurou que os suspeitos haviam dito em seus depoimentos que se aproximaram do carro do prefeito logo depois de dispararem os tiros, mas a testemunha afirmou, convicta, que nenhuma motocicleta esteve na Avenida Mackenzie, onde ocorreu o assassinato, no momento dos disparos, e nem mesmo junto ao carro. A testemunha alegou ter sido ultrapassada pelo Vectra prata, abandonado na Rodovia Dom Pedro I, perto do local do crime, e logo depois ouviu três disparos. Ela não viu se os tiros foram dados por ocupantes do Vectra. Mas garantiu ter visto o carro do prefeito deixando a avenida e indo colidir com uma placa, no terreno ao lado da Mackenzie. Em nenhum momento houve motos no local, afirmou a testemunha, cuja identidade é mantida em sigilo. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Djalma Lacerda, solicitou, por meio de ofício, que o inquérito seja conduzido pela polícia federal, com apoio da polícia civil. Ele já havia pedido a quebra do sigilo do inquérito, mantido sob segredo de justiça. De acordo com ele, o sigilo em nada contribuiu nas investigações, que já duram mais de dois meses. Lacerda defendeu a liberdade dos quatro suspeitos. O secretário estadual de Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi disse que somente se manifestará quando receber o ofício. O delegado seccional, Osmar Porcelli, disse que ainda não tinha recebido oficialmente o depoimento da testemunha. Mas explicou que, pelas informações extra-oficiais, ele seria semelhante a dois outros depoimentos incluídos no inquérito, de cinco volumes. O delegado afirmou ainda que há uma testemunha que teria visto os tiros sendo disparados por ocupantes de uma moto. Essa pessoa deveria ser ouvida hoje, e poderia se revelar, inclusive, uma testemunha ocular do crime.

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