Suspeitos não terão cargos, diz secretário

No 1º dia à frente da pasta, Ferreira Pinto avisou que vai rever gastos

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Por Marcelo Godoy
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O novo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, disse que nenhum policial envolvido em denúncias graves vai ocupar cargos de confiança em sua gestão. "Isso não significará prejulgamento." No primeiro dia no cargo, Ferreira Pinto afirmou que vai rever a forma como é gasta a verba de operações policiais reservadas. "Vai haver (mudança) sem dúvida nenhuma. Se houve alguma falha na gestão, ela será retificada." Ele também aproveitou o primeiro dia como secretário para dizer que seu gabinete está aberto para as entidades representativas das Polícias Civil e Militar. Assim, com poucas palavras, o secretário tratou de três dos principais problemas da gestão de seu antecessor, Ronaldo Marzagão. O primeiro foram as denúncias de corrupção envolvendo policiais e até mesmo o ex-secretário adjunto de Marzagão, Lauro Malheiros Neto. "Estou tomando conhecimento dos projetos, da máquina administrativa e me inteirando da crise." E completou: "Não sei se existe essa crise da forma como dizem." O secretário afirmou que vai tomar "providências só depois de conhecer os fatos". Por último, garantiu que pessoas que tenham contra si denúncias graves não ocuparão cargos de confiança. Ferreira Pinto também tratou das falhas na aplicação da verba para operações sigilosas. O Estado revelou que o gabinete do secretário gastou com essa verba mais do que departamentos operacionais da polícia. Também mostrou que setores burocráticos da polícia, como o departamento de administração, usavam esse dinheiro. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) achou falhas graves na forma como é feita a prestação de contas do dinheiro. Ferreira Pinto disse que todas as informações requisitadas pelo TCE serão prestadas pelo atual adjunto da pasta, Guilherme Bueno de Camargo - nomeado pelo ex-secretário Ronaldo Marzagão, Camargo ainda não foi confirmado no cargo por Ferreira Pinto. Sobre a relação com as entidades de classe das polícias, ele afirmou que haverá "diálogo total". "Vou procurar os sindicatos e associações. Sempre estarei à disposição das entidades." Em 2008, durante a greve da Polícia Civil, que durou 58 dias, grevistas enfrentaram a Tropa de Choque na frente do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Por fim, o secretário disse que haverá mudanças na direção das Polícias Civil e Militar, mas que ainda não tem os nomes dos chefes. "Algumas trocas são imperiosas em toda mudança. Exijo que todos cumpram suas obrigações e o cumprimento integral da lei."

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