Suspensa linha de ônibus acidentado em Erechim

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dois dias depois do acidente que matou 17 estudantes em Erechim (RS), o prefeito do município, Elói Zanella, suspendeu o serviço que a empresa Transportes Demoliner Ltda. prestava para as comunidades do Quilômetro 10 Argenta, Quilômetro 7 Corsan, Capoerê Velho e Rio Tigre, onde moravam as vítimas. As informações iniciais de que o ônibus estava com impostos e documentos em dia escondiam uma iniciativa que a empresa tomou depois do acidente. Vencido havia dois meses, o seguro obrigatório foi pago às 9h13min, quase três horas depois da tragédia, e foi considerado quitado a partir das 10h22min, antes de começaram as consultas sobre o veículo ao sistema de informações do Detran. Além de suspender uma das linhas, atendida provisoriamente nesta sexta-feira com carros da prefeitura, Zanella determinou a imediata revisão de todos os outros 23 veículos, alguns da mesma Demoliner, contratados de terceiros para o transporte escolar no município. O prefeito também admitiu que pode fechar a passagem sobre a represa da Corsan, de onde o ônibus mergulhou na água, forçando os veículos a usarem uma estrada municipal, mesmo que isso torne o trajeto entre algumas comunidades rurais e o centro mais longo. Investigações O delegado de Erechim, Vanderli Antunes Leandro, começou a ouvir testemunhas do acidente nesta sexta-feira. Todos os depoimentos confirmaram que a velocidade do ônibus era exagerada para a estrada estreita, de chão batido, sem proteção lateral e com água da represa nos dois lados. Um vigia de uma indústria de erva-mate disse que ouviu um estouro antes do ônibus cair na barragem, informação que coincidiu com o depoimento do motorista Juliano dos Santos. Apesar de liberado pelos médicos e pelo delegado Leandro, Santos não conseguiu ficar nem 24 horas na casa de parentes para onde havia viajado, em Getúlio Vargas. Abalado, ele voltou ao Hospital de Caridade de Erechim na noite de quinta-feira e ficou internado para tratamento psicológico.

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