Suzane continua em prisão domiciliar; promotor acusa deboche

O juiz Alberto Anderson Filho remarcou o julgamento de Suzane von Richthofen para o dia 17 de julho, mesma data do julgamento do irmãos Cravinhos, e decidiu que a jovem continuará em prisão domiciliar

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Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz Alberto Anderson Filho remarcou o julgamento de Suzane von Richthofen para o dia 17 de julho, mesma data do julgamento do irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, e decidiu que a jovem continuará aguardando ao julgamento em prisão domiciliar, segundo a Rádio Jovem Pan. O promotor Nadir de Campos Júnior havia solicitado que Suzane deixasse o Fórum Criminal da Barra Funda, onde ocorreria o julgamento, e fosse levada diretamente para a cadeia. Com a decisão do juiz, Suzane voltará para a casa de seu tutor, o advogado Denivaldo Barni. O promotor Roberto Tardelli criticou a decisão, que classificou de absurda. Uma manobra da defesa de Suzane conseguiu que o julgamento fosse adiado, a exemplo do que ocorreu com o dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos. Na saída do fórum, Tardelli criticou a atitude dos advogados, que classificou de deboche. "Os advogados vieram prontos para não fazer o júri. (...) Meu sentimento é de indignação, de revolta. Estou indignado. Não suporto ver o deboche, não suporto esse achincalhe". Sobre a possibilidade de separação do julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos, Tardelli foi enfático: "Não tem como separar os dois". O início do julgamento de Suzane e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, réus confessos do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, estava marcado para as 13 horas. Mas, os advogados dos Cravinhos, Geraldo e Gislaine Jabur, não se apresentaram e o julgamento dos irmãos foi adiado. Lado a lado Antes da saída dos irmãos Cravinhos do plenário, eles e Suzane ficaram sentados lado a lado no banco dos réus no Fórum da Barra Funda. Na ordem, da esquerda para a direita, estavam Cristian, Daniel e Suzane. Os irmãos estavam trajando os uniformes do presídio: um moletom branco e calça amarela, enquanto Suzane usava jeans e casaco marrom. Em nenhum momento, Suzane olhou em direção ao ex-namorado, Daniel. Chegada Suzane chegou ao fórum por volta das 11h30. A jovem chegou numa Blazer da Polícia, sentada no banco de trás entre seu tutor, o advogado Denivaldo Barni, e uma mulher. Suzane tinha o rosto coberto com um pano bege. Os pais dos irmãos Cravinhos, Astrogildo e Nadja, chegaram por volta das 11h45 e não falaram à imprensa, apesar do assédio. Pela manhã, Astrogildo havia declarado que não acredita que os filhos escapem da condenação. Daniel e Cristian foram levados do Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros, onde estavam desde quinta-feira, 1º, quando foram transferidos da Penitenciária de Itirapina, ao fórum pela manhã. Julgamentos separados A princípio, os três réus seriam julgados juntos. Mas a defesa luta pela separação dos júris. A divisão, no caso, seria apenas do plenário do júri e não processo. Isso pois há duas equipes de defesa para os três acusados - Denivaldo Barni Jr. representa Suzane e Jabour defende os Cravinhos. Os interesses dos dois advogados são diferentes, porque as teses de defesa são contraditórias - Suzane alega que os irmãos a induziram a cometer o assassinato e eles dizem o oposto. A defesa de Suzane, vai alegar que ela foi induzida por seu então namorado, Daniel, de quem era dependente psicológica e sexualmente. Já a defesa dos Cravinhos, vai argumentar que a jovem planejou todo o crime sozinha. A acusação arrolou como testemunhas policiais e parentes de Suzane - entre eles o irmão, Andreas - para provar que o engenheiro Manfred von Richthofen e a mulher, Marísia, foram golpeados enquanto dormiam porque tinham em casa uma filha capaz de planejar o crime para pôr as mãos na herança da família.

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