PUBLICIDADE

Suzane sai da cadeia e vai aguardar julgamento em prisão domiciliar

Aos gritos de de "assassina" e "você vai morrer", a ex-estudante de Direito deixou Centro de Ressocialização de Rio Claro escoltada

Por Agencia Estado
Atualização:

Suzane von Richthofen, de 22 anos, saiu nesta segunda-feira, 29, do Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo, por volta das 17h40. Quinze minutos antes, uma viatura do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo entrou na cadeia e as portas foram fechadas. Três viaturas da Força Tática da Polícia Militar se posicionaram em frente ao CR. A viatura do DHPP saiu em alta velocidade de dentro do presídio acompanhada pelas três viaturas da Força Tática. Cerca de 50 pessoas acompanharam a movimentação, ao gritos de "assassina" e "você vai morrer". A ex-estudante de Direito foi beneficiada por habeas-corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última sexta-feira, 26, que lhe garantiu o direito de aguardar seu julgamento, marcado para a próxima segunda-feira, dia 5, em prisão domiciliar. Embora a direção do Centro de Ressocialização não tenha confirmado, um policial militar comentou que Suzane seria levada para a casa de seu advogado e protetor Denivaldo Barni, em São Paulo. Ré confessa do assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, junto com seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele Christian, em 31 de outubro de 2002, a ex-estudante, após ser solta em junho de 2005, voltou para a prisão em 10 de abril, quando o juiz Francisco Chequini, do Tribunal do Júri, decretou a prisão da jovem, acatando pedido do promotor Roberto Tardelli. O promotor baseou seu pedido em uma reportagem publicada com exclusividade pelo Estado, em 8 de abril, informando que Suzane queria cuidar do patrimônio da família. Prisão Na época, o promotor disse que o irmão de Suzane, Andreas, corria risco de morrer. "Andreas é inventariante (administrador dos bens dos pais), autor da ação de exclusão de herança e testemunha no processo. Ou seja, ele se tornou um obstáculo vivo para que ela alcance seu objetivo, que é dinheiro", disse Tardelli. A reportagem do Estado revelou que, no fim de fevereiro, Suzane procurou a Justiça pedindo para se tornar a gerente do patrimônio dos pais. A petição, assinada pelo advogado Denivaldo Barni Júnior, ataca Andreas duramente, dizendo que ele cuida dos bens com "total descaso e desleixo", age "com patente má-fé" e tenta manipular o Judiciário. O pedido de prisão também citou a reportagem exibida no dia 9 de abril no Fantástico, da Rede Globo, em que - orientada expressamente pelos advogados - Suzane simulou chorar 11 vezes e tentou parecer uma criança traumatizada. Julgamento Está marcado para 5 de junho, no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o início do julgamento de Suzane e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, seus cúmplices no assassinato. Os três confessaram terem assassinado os pais dela a golpes de paulada na madrugada de 31 de outubro de 2002. Eles simularam um assalto para desviar o foco da polícia. Texto atualizado às 18h06

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.