Tarde começa com atrasos em quase todos os vôos do País

Companhias chegaram a suspender venda de passagens para Brasília, onde as filas eram enormes e passageiros fizeram apitaço para protestar contra atrasos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A tarde desta quarta-feira começou com atrasos em praticamente todos os vôos nos principais aeroportos do País. Algumas companhias aéreas chegaram a deixar de vender passagens com destino a Brasília, onde a pane no sistema do Cindacta-1 na terça-feira desencadeou atrasos nos aeroportos. Em São Paulo, o Aeroporto de Congonhas, na zona sul, funcionou durante toda a madrugada, porém, as filas continuavam até o meio-dia. Um vôo que deveria decolar para Salvador às 6 horas não tinha saído nem sido remarcado. No Aeroporto de Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 11 horas da manhã as filas para o check-in ainda eram grandes e mais de 60 vôos tinham atrasos. Passageiros que tiveram seus vôos remarcados para o final da tarde ou para o começo da noite foram levadas para hotéis da região. Entre as 6 horas e as 8 horas da manhã, o movimento foi intenso por conta do retorno das pessoas que tiveram embarque cancelado na terça-feira. A engenheira Renata Flavia Queiroz, que iria embarcar para o Nordeste na noite de terça e teve seu vôo remarcado para a manhã desta quarta-feira, chegou a chorar ao saber que a partida tinha sido adiada, mais uma vez, para às 21 horas. No Rio de Janeiro, pelo menos 21 vôos, entre nacionais e internacionais, estavam atrasados ou foram cancelados no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. No terminal 2, cerca de 400 pessoas aguardam na fila do check-in da TAM. O professor Marcelo Portela, de 37 anos, teve o vôo para Brasília, previsto para o meio-dia, cancelado. Ele se queixou do serviço de informações da aeroporto. "Na TV orientaram os passageiros ligassem antes de vir para o aeroporto, mas, o sistema está congestionado, ninguém atende. Até mesmo para obter informação é preciso entrar na fila", disse. O tempo médio de espera no check-in da TAM era de cerca de quatro horas. Em Brasília, as filas eram grandes e apenas um vôo tinha partido sem atrasos. Para protestar, os passageiros realizaram um "apitaço" no saguão de espera. Às 12 horas, passageiros com embarque previsto para o final da tarde e o começo da noite já chegavam ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek para tentar adiantar o check-in. Na capital federal, uma menina de dez anos que embarcou para Belém sozinha na noite de terça-feira, passou a madrugada na sala de espera sem que sua família tivesse notícias. Em Manaus, três vôos foram cancelados na madrugada de quarta-feira no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, segundo informações de atendentes das companhias aéreas. O vôo 3542 da TAM, que deveria pousar em Manaus às 23h44 de terça-feira foi cancelado. O 1783, que chegaria em Manaus do Rio às 2 horas desta quarta-feira foi cancelado e também o 1782, que voltaria para o Rio. Segundo as companhias, os passageiros vão ser remanejados para outros vôos. Na manhã desta quarta-feira, no aeroporto de Confins, em Minas Gerais, 12 vôos foram cancelados e quatro tinham atrasos. Em Recife, 21 pousos e decolagens estavam atrasados até às 9h30. Na região Sul do País, o aeroporto de Porto Alegre tinha três vôos atrasados, dentre eles um que seguiria para Brasília. No Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, dois vôos tinham atrasados e dois foram cancelados. Pane Na terça-feira, uma pane nos equipamentos de rádio que fazem a comunicação entre o Cindacta-1, de Brasília, e os aviões monitorados por esse setor provocou o maior apagão no tráfego aéreo do País, obrigando a suspensão de todos os vôos controlados por Brasília por mais de seis horas, afetando principalmente São Paulo e Minas Gerais. Depois das 19h30, todos os vôos de Brasília, São Paulo e Minas foram cancelados. Também houve atrasos no Rio e em Mato Grosso do Sul. No total, centenas de vôos sofreram atrasos. Boletim da Anac, de terça-feira, apontou que de 1.241 vôos programados, 350 tiveram atraso de mais de uma hora (28,2% do total). ?Nunca houve um dia como este na aviação civil brasileira?, disse o presidente da Anac. De acordo com o comandante do Cindacta-1, coronel Carlos Aquino, ocorreram duas panes no sistema ao longo do dia. A primeira, parcial, entre 9h e 10h, quando apenas 13 das 20 freqüências de rádio que fazem as comunicações estavam funcionando. A segunda pane foi à tarde, entre 13h e 16h, quando, depois de três horas totalmente paralisadas, as operações foram retomadas.

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