Tarso compara Alckmin a um ´pit bull´

O ministro disse que considerava o tucano "uma pessoa mansa, do Opus Dei, com paciência", mas que apareceu com um "pit bull" no debate

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, admitiu nesta segunda-feira que foi surpreendido pelo comportamento do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin no debate de domingo à noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca a reeleição. "Eu sempre vi o Geraldo Alckmin como uma pessoa equilibrada, mansa, uma pessoa da Opus Dei, com paciência para explicar suas posições e ele na verdade apareceu como um pit bull", comentou Tarso, referindo-se à postura agressiva do tucano. Na mesma avaliação, o ministro de Lula deu a entender que não via como espontâneo o comportamento do candidato do PSDB. "Ele estava treinado para parecer furioso, embora o fizesse com muita dificuldade porque é muito de cera, muito frio". Para Tarso, Lula venceu o debate por ter acabado com a mistificação do "sabia ou não sabia" que a oposição faz em torno do conhecimento que o presidente tinha de casos de corrupção em seu governo. "Em 12 anos de governo, inclusive do Alckmin, os tucanos não sabiam que a maior organização criminoso do País (o PCC) estava tomando conta dos presídios paulistas", comparou Tarso. Para o ministro, o debate deixou claro que um dirigente público se diferencia do outro quando apura rigorosa e indistintamente a corrupção existente no Estado. "A mistificação que transformava uma virtude do governo atual, que é o ataque à corrupção sistemática, está terminada", disse o ministro. "Enquanto Alckmin não explicar se sabia ou não sabia da maior organização criminosa do Estado de São Paulo sob o seu governo, ele não tem o direito de perguntar ao candidato Lula a respeito dos fatos que vem sendo mencionados". Tarso manifestou a convicção pessoal de que o dossiê Vedoin, com acusações contra o governador eleito de São Paulo, José Serra, é frio. Embora tenha criticado as pessoas ligadas ao PT que se interessaram pela compra dos documentos, pela "amoralidade e ilegalidade" de suas condutas, o ministro disse que não está convencido de que não houve "algum tipo de armação do outro lado". Ressalvou que não cometeria a leviandade de afirmar que Alckmin ou o PSDB, estejam envolvidos, mas acredita que pessoas que tinham interesse em defender a candidatura dos tucanos possam ter montado uma farsa para atrair os petistas, que chamou de "estabanados", com a intenção de prejudicar a candidatura Lula. Aproveitou para destacar que não incriminaria em abstrato um grupo, no caso o PSDB, porque a acusação seria uma agressão fascista, semelhante às que o PT estaria sofrendo por erros de alguns de seus integrantes. "Quando se incrimina alguém se incrimina individualmente alguém", ressaltou.

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