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Tarso diz que intento de impugnar Lula seria ´uma aventura´

Ministro afirmou que qualquer investigação sobre dossiê, não terá nenhum nexo com a legitimidade e a legalidade de um segundo posível mandato do presidente

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse nesta terça-feira, em entrevista no Palácio do Planalto, que não considera que Gilberto Carvalho, chefe do Gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteja sob suspeita. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Gilberto Carvalho conversou com Jorge Lorenzetti, ex-chefe da área de inteligência da campanha de Lula, no dia da prisão de dois petistas durante negociação de compra do dossiê Vedoin, com denúncias contra candidatos tucanos. Tarso afirmou que soube pelos jornais que os dois teriam conversado. Ao ser questionado como o PT reagiria se a reeleição do presidente Lula fosse impugnada caso se descobrisse que havia dinheiro da campanha no dossiê Vedoin, respondeu: "Será uma aventura política alguém tentar isso". Diante da insistência dos repórteres de que o próprio Lula já admitiu que está sujeito à lei, em uma sinalização de que, se a Justiça assim entender, abriria mão do mandato, Tarso desabafou: "Todos estamos sujeitos à lei. Mas o que estou dizendo é que qualquer investigação que seja feita, em qualquer profundidade que ele alcance, não terá nenhum nexo com a legitimidade e com a legalidade do mandato do presidente". Para o ministro, tentar alguma coisa neste sentido, "será uma impugnação totalmente mal sucedida porque não terá nem fundamentação política, nem fundamentação jurídica, nem pressupostos morais". Ressaltando que está convencido de que a Justiça vai entender que não houve irregularidades, Tarso acrescentou: "Não estou antecipando resultado da investigação. Estou dizendo que não haverá nexo nem político, nem jurídico, dessas investigações com o mandato. Isto eu sustento politicamente e juridicamente". Nova Pasta Tarso Genro afirmou que, após um ou dois dias do segundo turno das eleições, o presidente Lula deverá procurar os partidos que apoiaram sua reeleição para orientar politicamente a formalização da coalizão e discutir um programa mínimo de governo, que inclua um crescimento que não poderá ser menor do que 5% para o ano que vem. "Se o presidente Lula ganhar, como tudo está a indicar, as forças políticas democráticas vão sentar para conversar sobre esse tema (coalizão). O terceiro turno parece ser uma estratégia política minoritária da oposição, com viés autoritário, que não quer reconhecer resultados eleitorais. Mas o principal líder dessa corrente está aposentado. Possivelmente ele não tenha muita influência." Tarso, no entanto, evitou mencionar a qual político aposentado estaria se referindo.Para ele, "Lula é o que tem mais condições para articular uma grande coalizão política de forças para renovar o sistema político brasileiro". Tarso declarou, em entrevista no Palácio do Planalto, que, apesar do acirramento das discussões na reta final da campanha, a oposição será procurada para que a governabilidade seja garantida. Sobre o novo ministério, comentou que somente o presidente Lula tratará deste assunto, e que não sabe se serão feitas mudanças este ano. Tarso disse também que, caso seja feita alguma mudança ainda este ano, não sabe se estará necessariamente relacionada com o possível novo ministério.

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