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Tarso estuda refúgio a italiano

Ministro quer saber se político corre risco de morte

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Por Vera Rosa e BRASÍLIA
Atualização:

O escritor italiano Cesare Battisti, ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, poderá conseguir refúgio político no Brasil se ficar comprovada a sobrevivência do aparato de repressão em seu país, com consequente risco de morte para ele. "Se há suspeita fundada de que uma pessoa possa sofrer algum tipo de perseguição em função dos fatos que deram origem à sua ação política, ela deve ser considerada refugiada", disse ao Estado o ministro da Justiça, Tarso Genro. Tarso anunciará se concede ou não refúgio a Battisti até o fim da semana. Preso em Brasília, o escritor é alvo de uma batalha judicial: o governo italiano pede sua extradição, alegando que ele cometeu quatro homicídios, entre 1977 e 1979, e já foi condenado à prisão perpétua. Em novembro, o Comitê Nacional para os Refugiados rejeitou, por 3 votos a 2, o pedido de asilo de Battisti. Ele recorreu e a decisão cabe a Tarso. "Estou procurando me informar sobre que tipo de punição sofreram os aparatos ilegais de repressão que ocorreram na Itália naquele período e que tinham conexão com a máfia e com a CIA", afirmou. "Tenho de saber isso porque, se esses aparatos estão intactos, há risco para Battisti." Tarso evitou antecipar o parecer. Se ele conceder o asilo, o italiano poderá viver livremente no Brasil. Caso rejeite o pedido, o Supremo Tribunal Federal (STF) avaliará o caso. Advogado de Battisti, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh disse que o italiano nega os crimes. Para ele, Battisti sofre risco de morte. "A Itália é um país democrático, mas ainda vigoram legislações excepcionais para os anos de chumbo."

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