Tarso reage a menção de interesse do governo em prisão de Dantas

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Por Redação
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O ministro da Justiça, Tarso Genro, reagiu a declarações de que a prisão de Daniel Dantas pela Polícia Federal poderia atender a interesses do governo e cobrou provas dos que acusam. Em entrevista coletiva após a primeira prisão de Dantas, o advogado Nelio Machado disse que estava "amadurecendo" a idéia de que o governo federal estaria por trás da prisão de seu cliente. Segundo o advogado, Dantas era perseguido pela PF e pelo Ministério Público, que poderiam "estar atendendo a interesses de alguns segmentos do governo". "As pessoas que têm provas de corrupção, irregularidades e ilegalidades, não têm só que ameaçar, mas apresentar. Tudo que nós queremos é isso. Isso ajuda o Estado brasileiro e a Polícia Federal", disse Tarso a jornalistas, após participar de encontro com cientistas políticos para debater reforma política. O ministro contou ter conversado com o juiz da 6a Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto de Sanctis, após a nova prisão de Daniel Dantas. Para o ministro, tanto o habeas corpus que libertou Dantas quanto a prisão preventiva do banqueiro têm amparo legal. "Isso mostra que não há uma visão totalitarista ou soviética do sistema penal", afirmou o ministro, em alusão ao declarado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que criticou a "espetacularização" da ação da PF e disse que o pedido de prisão contra uma jornalista por revelar informação sigilosa fazia "inveja ao regime soviético". Tarso ressaltou que não existe conflito entre decisões de primeira instância, como a que mandou prender Dantas, e do Supremo Tribunal Federal, que lhe concedeu habeas corpus. "Trata-se de outro capítulo do processo penal e tem amparo na legislação brasileira", disse Genro, acrescentando que todas têm solidez. O ministro afirmou ver o caso de forma desapaixonada e impessoal. Ele defendeu o cumprimento da lei e o esclarecimento do crime contra o sistema financeiro. "Esse é um processo importante para a economia do país, é um caso pedagógico, mostra que o Estado brasileiros está mais transparente." (Reportagem de Fernando Exman)

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