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Tarso: solução envolve preparo e salário melhor

Por Luiz Alberto Weber , Vannildo Mendes e BRASÍLIA
Atualização:

Ao gravarem uma entrevista em vídeo com um policial civil, especialistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ouviram de um agente que ele nunca dera um tiro sequer na academia, na fase de formação. Foi dá-los na rua. Violência, corrupção, bico e despreparo. Esse é o quadro que circunda parte dos policiais civis e militares no Brasil. Para montar um diagnóstico da segurança pública no País e acompanhar os impactos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), a equipe da FGV identificou na formação do policial - escolar, antes do ingresso na carreira, no curso de formação na academia e na ausência de especializações - o problema central da política de segurança. "Precisamos de investimentos na qualificação policial", dizem os pesquisadores Marco Aurélio Ruediger e Vicente Riccio, da FGV. "E melhores salários. Os policiais querem ser de classe média", emendam. "Um choque de remuneração causa uma mudança de atitude. É preciso salário, melhor formação e preparo", diz o ministro da Justiça, Tarso Genro, que encomendou o estudo. Mas, para atacar a criminalidade, a política de segurança não pode ser de mão única, transmitida apenas na forma de recursos da União para os Estados. Segundo Ruediger e Riccio, experiências bem-sucedidas de combate à criminalidade pelo mundo mostram envolvimento da sociedade na formulação de políticas de segurança. Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Pronasci articula políticas de segurança a programas sociais. Entre as principais ações estão a valorização dos profissionais de segurança pública e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Para o desenvolvimento do programa, o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões até 2012. Para realizar a pesquisa e montar um software que permitirá monitoramento dos recursos aplicados, a FGV celebrou convênio de R$ 9,3 milhões com o Ministério.

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