Tartaruga virou mascote de jovens que se perderam

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Por Agencia Estado
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Uma pequena tataruga, batizada de ?Cachoeirinha?, tornou-se o símbolo de uma aventura que tão cedo não deverá ser esquecida por um grupo de oito crianças e adolescentes. Eles entraram na mata da Cantareira em busca de uma cachoeira, mas acabaram se perdendo, e levaram quase 24 horas para encontrar o caminho de volta. A operação de resgate contou com 50 policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e do Canil, além do helicóptero Águia. Tudo começou por volta das 15 horas deste domingo, no bairro Novo Recreio, em Guarulhos, quase na divisa com Mairiporã, onde moram os irmãos Santos. Cléber, de 18 anos, Celeste, de 17, Dariana, de 16, Ariana, de 12, e Tadeu, de 11, acompanhados dos primos Luciano e William, de 14 anos, e do vizinho Laércio Júnior, de apenas 7 anos, eles decidiram nadar num riacho que fica bem próximo da entrada da mata. Mas as últimas chuavas transformaram a nascente em lama pura, e a turma decidiu seguir o fio d?água em busca de um local mais apropriado. Acabaram mesmo se deparando com uma enorme cachoeira. ?Era da hora, mergulhei com roupa e tudo?, relembra Cléber. Mas na hora de voltar, surgiram os problemas. O riacho tinha várias ramificações, e os garotos constataram que estavam perdidos. Nenhum deles tinha levado comida ou roupa de frio, e o jeito foi improvisar. ?Matamos a fome comendo coquinhos?, disse Cléber, que também não teve problemas para dormir. ?Deitamos bem perto um do outro por causa do frio, mas peguei no sono tranquilo. A única coisa que incomodou foi uma coruja que não parava de piar.? Já Celeste não pregou o olho, incomodada com as picadas dos insetos. ?Olha só como ficou meu braço?, disse, apontado as marcas avermelhadas. A Polícia Militar foi acionada pela família por volta das 20 horas (de domingo), e passou a vasculhar a mata com a ajuda de parentes e amigos. ?Gritei o nome deles várias vezes, mas não obtive resposta?, diz o irmão mais velho dos Santos, Robson Antonio, de 20 anos. As buscas foram interrompidas na madrugada desta segfunda-feira e retomadas pela manhã, mas somente por volta das 14 horas desdta segunda o drama foi dado por encerrado. Os aventureiros ouviram o barulho do helicóptero e o eco de vozes e seguiram em direção a eles, até dar de cara com um cinegrafista amador, já na saída da mata. Istantes depois, eles encontraram os policiais militares e as famílias. Foi um reencontro emocionado, com direito a choro e um almoço de comemoração. "Fiquei tão feliz que nem dei bronca neles?, disse o pai dos cinco irmãos perdidos, o funcionário público Jorge Oliveira dos Santos, de 40 anos. Já em casa, os irmãos brincavam com a tartaruguinha encontrada no meio da mata. ?Ela foi nossa companheira na hora do sufoco. Decidimos chamá-la de ´Cachoeirinha´ para nunca mais esquecermos o que passamos?, explicou Cléber.

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