Tatuou caixão após assassinato

Motoboy fez tatuagem com o nome do amante da mulher e data da morte

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Por Marcelo Godoy
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A investigação do assassinato durou cinco meses, até surgir o suspeito de ser o mandante. Tratava-se de Robson Pereira Granja, um motoboy de 26 anos. O homem assumiu o crime, uma mera formalidade, pois Robson trazia a confissão tatuada em seu braço direito. Dois meses depois de mandar matar o segurança José Adriano Menezes, de 27 anos, o motoboy fez com que lhe tatuassem o nome de sua vítima em cima de um caixão e da data do crime: 21 de novembro de 2007. E em entrevista ao Estado (veja ao lado) garante ser o assassino. Na tarde de ontem, a polícia pediu à Justiça que ele continue preso até o julgamento. Robson foi detido no dia 19. Além dele, os policiais prenderam o frentista Evangelista Pereira da Silva, de 28 anos. Silva é acusado de ser o executor. Menezes levou cinco tiros no ambulatório do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O motivo do crime seria passional. O segurança mantinha um caso com a faxineira Cristiane Rodrigues Souza, de 22 anos, mulher de Robson. Eles trabalhavam no hospital e, em 2007, foram flagrados namorando em um banheiro. Como punição, a faxineira foi afastada e o segurança, transferido. Um mês depois, o motoboy apareceu numa festa da empresa de sua mulher. Quis entrar, mas foi barrado. "O porteiro disse que ele não podia ser o marido da Cristiane, pois ela namorava a vítima (Menezes)", disse a delegada Flávia Maria Rollo. Ao descobrir a traição, o motoboy bateu na mulher, de quem se separou, e passou a ameaçar o segurança. Dias antes do crime, comprou um envelope pardo, escreveu o nome de Menezes e foi ao hospital. "Ele simulou uma entrega para o segurança para ver o seu rosto e poder identificá-lo." Segundo a polícia, Robson levou Silva até o hospital e apontou Menezes. Mas, ao depor, Robson isentou Silva. Disse que entrou no ambulatório, empurrou uma mulher e atirou cinco vezes na vítima com um revólver calibre 38. Afirmou ainda que matou porque Menezes o ameaçou. "Duas testemunhas reconheceram o Evangelista (Silva). O Robson pediu ao amigo que executasse a vítima porque temia ser reconhecido. Agora quer ajudá-lo", disse a delegada. Em janeiro, Robson fez a tatuagem. "Ele pensou que não ia ser mais importunado pela polícia."

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