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Taxa de embarque sobe e custa até R$ 71,50 em voo internacional

Alta de 4,4% entra em vigor na quinta-feira; tarifa para voo doméstico será de até R$ 21,57 nos principais aeroportos

Por Nataly Costa - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Viajar pelos aeroportos do Brasil fica 4,4% mais caro a partir desta quinta-feira, 15, quando entram em vigor as novas taxas de embarque definidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O embarque de um aeroporto como o de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ou do Galeão, na zona norte do Rio, para qualquer outra cidade brasileira custa agora R$ 21,57 - antes, saía por R$ 20,66, além da passagem.

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No caso de viagens internacionais, partindo dos principais aeroportos, a taxa subiu de R$ 68,74 para R$ 71,50. Neste valor está embutida não só a tarifa de embarque, mas um adicional de US$ 18 que vai para o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).

Para definir a taxa de embarque, a Anac divide os aeroportos por categoria. São chamados de "categoria 1", por exemplo, os 17 maiores e mais rentáveis - inclui dois de São Paulo, dois do Rio, os do Sul do País, Recife e Salvador. E viajar a partir deles é mais caro. Por outro lado, aeroportos como o de Viracopos, em Campinas, Vitória (ES) ou João Pessoa (PB) têm taxa mais em conta: R$ 16,94, a partir de amanhã.

Esses valores são pagos pelo passageiro no ato da compra da passagem, e a companhia aérea repassa para o administrador aeroportuário - na maioria dos casos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra 67 aeroportos. Mas também pode ser para o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), responsável por 31 terminais.

 

 

No mundo. Comparada à de outros países, a taxa de embarque internacional do Brasil, sozinha, não é das mais baratas. Um embarque de Santiago, no Chile, custa em média R$ 54, de acordo com o câmbio. É 23% mais em conta do que os R$ 71 cobrados por um aeroporto como Cumbica. Em Ezeiza, o aeroporto internacional de Buenos Aires, a taxa é de R$ 60; no Charles de Gaulle, em Paris, R$ 64,33. Ambos mais baratos do que Cumbica.

A diferença é que diversos aeroportos do mundo cobram outras taxas além da de embarque. Quem voa de Ezeiza, por exemplo, paga também uma taxa de imigração (de R$ 18), outra de segurança (R$ 4,54) e uma terceira de emissão de carbono, de R$ 27,60 - de acordo com o câmbio.

No Charles de Gaulle, além da taxa de embarque, o passageiro desembolsa R$ 58,46 de "tarifa de solidariedade" - revertida a um programa de saúde nos "países pobres". Já os Estados Unidos cobram a "taxa 11 de Setembro", de U$ 2,50, em voos domésticos e internacionais, destinada a custos com segurança.

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Mas, dependendo da promoção, às vezes as taxas saem mais caras do que a própria passagem. Um voo da TAM de ida e volta entre Londres e São Paulo no fim de maio custava, até ontem, R$ 909. Só as taxas, no entanto, chegavam a R$ 968,78, dobrando o preço final da passagem.

Para o diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Carlos Ebner, além das taxas cobradas do passageiro, é preocupante o aumento das tarifas de navegação aérea, que as companhias pagam ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

"Aumentaram quase 300% no último ano. Não são repassadas diretamente ao passageiro, mas acabam embutidas no valor da passagem", diz.

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