Taxa de homicídio cai na Grande São Paulo, mas continua alta

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Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de homicídio doloso (intencional) na maior região metropolitana do País caiu nos últimos dois anos, mas continua bem acima dos padrões nacionais. Para cada 100 mil habitantes da Grande São Paulo, foram registrados 47,39 assassinatos em 2001. A maioria significativa desses crimes ocorreu em bairros pobres, onde a ausência do poder público se mostra tanto nas marcas de tiros pelos muros quanto no barro da rua sem asfalto. Para ir até o ponto de ônibus, na avenida principal do bairro dos Pimentas, um dos mais carentes de Guarulhos, a filha do cozinheiro Eduardo Gonçalves Barros precisa da companhia do pai. Diariamente, às 5h30, sobem um barranco até chegar à via asfaltada: a garota, de 18 anos, e o pai, com um facão. "Isto aqui é feio de madrugada, tudo escuro", descreve Barros. A preocupação não é à toa. Pimentas também é um dos bairros mais violentos da cidade, a segunda mais populosa de São Paulo. "Dizem que tem um estuprador atacando. Já é o segundo", conta o cozinheiro. Para o secretário municipal de Segurança Pública de Guarulhos, Guaracy Mingardi, as prefeituras podem auxiliar no combate à violência urbanizando os bairros. "Iluminação e pavimentação ajudam, assim como criar áreas de lazer reduz o número de jovens que caem no crime." Mingardi ressalva que não existe fórmula. "Cada cidade deve identificar seus problemas e buscar soluções." Para o prefeito de Diadema, José Filippi Júnior (PT), é preciso investir em ações sociais. "Em 1995, tínhamos 16 mil desempregados, hoje são 42 mil. É nos jovens sem emprego que a marginalidade encontra mão-de-obra barata", afirma. "Se não dermos visibilidade social ao jovem, ele olha para o lado e vê o marginal com motocicleta, tênis e roupa da moda. Que lado ele vai escolher?"

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