Táxi aumenta 14% em SP a partir do dia 9 de dezembro

Categoria pedia aumento de 35%; valor da bandeirada sobe para R$ 3,50

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Por Agencia Estado
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Depois de ônibus, trens e Metrô - cujas tarifas sobem para R$ 2,30 nesta quinta-feira -, é a vez de as viagens de táxi ficarem mais caras em São Paulo. Nos próximos dias, a Prefeitura anunciará o reajuste, a partir da zero hora do dia 9, nos valores da bandeirada, do quilômetro rodado e da hora parada. Os porcentuais de aumento desses itens variam, mas, segundo cálculos do Departamento de Transportes Públicos (DTP), as corridas devem ficar 14% mais caras, em média. A bandeirada, por exemplo, subirá 9,3%. Ao contrário do que ocorreu com os ônibus, o reajuste ficará abaixo da variação da inflação. O porcentual acumulado de setembro de 2003 (data do último aumento) a outubro de 2006 chegou a 15,03%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O reajuste será menor que o anterior, de 21,68%. "A categoria esperava um pouco a mais. Mas entendemos que o prefeito Gilberto Kassab está chegando agora e resolvemos não brigar", disse o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos, Natalício Bezerra da Silva. A reivindicação da categoria, feita em março, era de 35%. Com os novos porcentuais definidos pela Prefeitura, o valor da bandeirada passará de R$ 3,20 para R$ 3,50. O preço do quilômetro rodado subirá de R$ 1,80 para R$ 2,10. A hora parada, que custa R$ 25, vai para R$ 28. Mesmo reconhecendo a necessidade de aumento, o presidente do Sindicato das Empresas de Táxi (Adetax), Ricardo Auriemma, temia que um índice elevado afugentasse passageiros. "Mas, diante desses valores, não creio que isso vá acontecer." A decisão de conceder o reajuste nesta época do ano foi estratégica. O aumento foi acertado em setembro, mas Kassab decidiu postergar o anúncio para depois da eleição. Os taxistas também acabaram sendo beneficiados porque, tradicionalmente, os passageiros levam um mês para assimilar o aumento, segundo Auriemma. Mas, como nos últimos três meses do ano a demanda cresce até 20%, a retração só deve ser sentida depois das festas de fim de ano. Grupo de Trabalho Na quarta-feira, o sindicato também firmou com a Prefeitura um termo de compromisso para a criação de um grupo de trabalho encarregado de estudar mudanças na metodologia de cálculo da tarifa e na lei que rege o serviço na cidade. "A Lei do Táxi é de 1969 e necessita de uma série de alterações, principalmente no que diz respeito às punições. Algumas são muito brandas, outras muito severas", disse o diretor do DTP, Paulo Lourenço da Silva. Formado por taxistas, empresários do setor e técnicos da Prefeitura, o grupo terá prazo de seis meses para propor ajustes e modificações. O DTP, no entanto, não descarta a hipótese de adotar novas medidas antes disso. O Executivo cogita, inclusive, a possibilidade de enviar à Câmara um novo projeto de lei para os táxis. Tarifa é a mais cara do País O aumento nas tarifas de táxi vai ampliar a distância dos preços praticados em São Paulo em relação a outras capitais, consolidando o serviço como um dos mais caros do País. Embora o valor da bandeirada no Rio, por exemplo, seja mais alto - R$ 4,30, ante os R$ 3,50 previstos para São Paulo após o reajuste -, o custo do quilômetro rodado na capital fluminense (R$ 1,14) é 54% menor do que em São Paulo. As maiores diferenças, no entanto, são notadas no valor da hora parada. No Rio, ela sai por R$ 14,20 e, em Porto Alegre, apenas R$ 10. Em São Paulo, o serviço passará de R$ 25 para R$ 28 - o que equivale a um reajuste de 12%. Em Curitiba, a bandeirada é R$ 3,50 e o km rodado, R$ 1,15. Em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, a bandeirada custa R$ 4,50.

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