Taxista poliglota cria cooperativa

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Por Agencia Estado
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Imagine um taxista que recebe reservas por e-mail dentro de seu carro, fala inglês, francês e espanhol fluentemente, arranha o alemão, promove chats para tirar dúvidas sobre tudo o que se refere a automóveis e, ainda por cima, cobra os mesmos preços que os táxis comuns, seguindo a tabela da prefeitura. Pois ele existe, se chama Aribert Varjão, tem 39 anos, e trabalhava como mergulhador até começar a rodar na praça, há quatro anos. Há um ano e meio, Varjão idealizou a cooperativa Taxi-Rio Service, que hoje conta com 15 motoristas. Para fazer parte do grupo, afirma ele, não é necessário pagamento algum. Ele conta que as cooperativas que atuam em locais privilegiados, como os aeroportos e a rodoviária, chegam a cobrar mais de R$ 20 mil, no Rio, para admitir novos membros. Em São Paulo, segundo ele, o valor ultrapassaria R$ 60 mil. "Buscamos pessoas que conheçam a cidade, tenham o mínimo de apresentação e, preferencialmente, falem outra língua", explica. De acordo com Varjão, sua cooperativa segue os padrões da London Taxi Cab. "Eles são, sem dúvida, os melhores do planeta. Para ser taxista leva dois anos, e o índice de reprovação fica entre 70% e 80%. Aqui basta saber dirigir, sem nenhum treinamento", lamenta o taxista, que critica o poder público por não exigir mais qualificação dos taxistas. A cooperativa mantém um site bilíngüe na internet, (inglês e português), no endereço www.taxi-rio.com. Além de reservas de táxis on-line, a página traz fotos do Rio, Búzios e Angra dos Reis. Há ainda link com formulário para reclamações e sugestões que seguem diretamente para a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Os carros são sempre Santanas, Vectras ou importados, e os mais antigos são modelo 2000. Tanto cuidado tem rendido, segundo Varjão, o dobro do faturamento atingido por motoristas de cooperativas tradicionais. E também clientes internacionais. "Graças à internet atingimos um percentual de clientes que nos interessam, o turismo executivo e o convencional", explica. "Nesta época do ano, em que o turismo cresce, quase não conseguimos dar conta de todo o trabalho."

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