TCU vai fiscalizar ações da Agência Nacional de Mineração após desastre de Brumadinho

Tribunal já havia constatado falhas na atuação do departamento do governo que fiscalizava barragens, o extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

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Por Breno Pires
Atualização:
Barragem da Vale em Brumadinho rompeu na sexta-feira, 25 Foto: Mauro Pimentel/AFP

BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu fiscalizar as providências da recém-criada Agência Nacional de Mineração (ANM) após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que deixou ao menos 84 mortos.

O presidente do Tribunal, José Múcio Monteiro, propôs o acompanhamento justificando, entre outros pontos, que em levantamento anterior o tribunal já havia constatado falhas na atuação do departamento do governo que fiscalizava barragens - o extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), ligado ao Ministério de Minas e Energia e extinto com a criação da ANM em 2018.

Bombeiros fazem buscas por pessoas desaparecidas na area onde ficaca a Pousada Nova Estancia em Brumadinho. Foto: Wilton Junior/Estadão

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Segundo Múcio, uma auditoria operacional no DNPM após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana-MG constatou que "as falhas e irregularidades verificadas envolviam a atuação em nível institucional da Autarquia e alertavam para o risco latente e potencial de outros acidentes envolvendo barragens de rejeitos de mineração no País". 

O tribunal destacou também limitações significativas na estrutura orçamentária do DNPM que poderiam impactar no desempenho do órgão de fiscalização. 

Veja o que já se sabe sobre o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho

"Em 2015, a auditoria constatou, por exemplo, que as despesas discricionárias previstas para o Departamento vêm sofrendo um declínio progressivo do total autorizado desde 2010. Além disso, o DNPM contava com quadro técnico insuficiente diante da demanda de trabalho e percentual elevado de servidores aptos a se aposentar. A Superintendência de Minas Gerais, conforme um estudo promovido, contava com 79 servidores, enquanto seriam necessários 384 para atender aquela Unidade", disse José Múcio Monteiro, que se disse "consternado pela tragédia".

O TCU já acompanha, em um processo aberto logo após a criação da ANM em novembro de 2018, a estruturação da própria agência.

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