PUBLICIDADE

Técnicos apontam iminência de novas explosões em bueiros do Rio

Dos 21 locais vistoriados por profissionais do Crea, sete têm 100% de chances de explodir

Por Pedro Dantas
Atualização:

RIO - Técnicos do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) constataram nesta sexta-feira 100% de risco de explosão em 7 bueiros da concessionária de energia Light no Centro da cidade. O exame foi realizado com um medidor para detectar a presença de gás nas câmaras subterrâneas em 21 bueiros do bairro. A vistoria começou na Rua da Assembleia, que ficou cinco dias interditada após explosões subterrâneas em quatro bueiros, na segunda-feira. Na ocasião, duas pessoas ficaram levemente feridas e um carro foi danificado.

 

PUBLICIDADE

Ao saber do resultado da perícia, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, convocou uma reunião para discutir a situação com a Light, a Companhia Estadual de Gás, o Ministério Público, o governo do estado, a Aneel, além do Crea-RJ. Na quarta-feira, dois dias após as explosões no Centro, a Light assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Estado, que prevê pagamento de multa de R$ 100 mil a cada explosão de bueiro que cause morte, lesões corporais ou dano ao patrimônio.

 

"A origem desse gás tem que ser identificada, mas há enorme possibilidade de que seja da CEG. Para que uma explosão ocorra é necessário oxigênio, gás e um elemento que faça a ignição, que pode ser um fósforo ou um curto-circuito. A presença de 5% a 15% de gás já oferece risco", afirmou o engenheiro do Crea-RJ Luiz Consenza.

 

Nesta semana, sete bueiros apresentaram problemas. De acordo com o Ministério Público, 4 mil câmaras subterrâneas de transformação da Light correm riscos de explosões e em 1.170 delas a situação é considerada "mais crítica."

 

Apesar do quadro preocupante, a Light nunca foi multada. Em junho do ano passado, o casal americano David James McLaughlin e Sarah Nicole Lawry foram gravemente feridos em Copacabana pela tampa de um bueiro após uma explosão. Ele teve 30% do corpo queimado e recebeu alta alguns dias depois. Com 80% do corpo queimado, Sarah teve alta 68 dias após o incidente. O laudo da Delegacia de Especial de Apoio ao Turista apontou que um curto-circuito no transformador da câmara subterrânea foi a causa.

 

Texto atualizado às 18h30.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.