Técnicos da Aeronáutica descartam sabotagem no Cindacta

Engenheiros concluíram que mensagem de erro teria provocado a pane de domingo; na quarta-feira, outra pane aconteceu no Cindacta-2, em Curitiba

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Por Agencia Estado
Atualização:

Após três dias de investigações, engenheiros descartaram na quarta-feira, 21, que a pane ocorrida no domingo, 18, no Centro de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1) tenha sido ocasionada por sabotagem. A falha, segundo eles, ocorreu no carregamento de um banco de dados. Uma mensagem de erro desconhecida teria provocado o travamento do sistema informatizado de gerenciamento de planos de vôo. Mas, antes mesmo de concluírem os trabalhos, peritos da Aeronáutica tiveram de se debruçar sobre outro problema no controle do espaço aéreo brasileiro. Na quarta-feira, nova falha técnica no Cindacta-2, em Curitiba, provocou atrasos em vôos na região Sul e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste do País. O problema estendeu-se por pelo menos duas horas, das 7h30 às 9h30, segundo informou a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Em nota, o Comando da Aeronáutica informou que o sistema de tratamento de planos de vôo - o mesmo que apresentou falhas no domingo, em Brasília - teve de ser reinicializado por volta das 10h40. ?Por conta desse procedimento, com o intuito de preservar a segurança, os vôos tiveram seu espaçamento aumentado de cinco para dez minutos, até que o sistema fosse restabelecido?, informou a nota. ?Esse fato, somado ao grande volume de tráfego aéreo e à operação de apenas uma pista em Congonhas, contribuiu para os atrasos.? Segundo a Infraero, entre 6 horas e meio-dia de quarta estavam previstos 64 pousos e decolagens para o Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba. Desse total, 8 tiveram atraso acima de uma hora, enquanto outros 24 atrasaram entre 15 minutos e uma hora. Três vôos tinham sido cancelados. No início da tarde, foram pelo menos mais 4 atrasos. Problemas Esta não é a primeira vez que o Cindacta-2 apresenta problemas técnicos em seus equipamentos. Em outubro de 2006, uma pane no sistema de transmissão de dados dos radares para a tela dos computadores obrigou o órgão a adotar o sistema convencional, em que há contato via rádio entre os controladores e pilotos. O problema afetou passageiros de 146 vôos, alguns com atrasos de quase 4 horas. De acordo com matéria publica pelo Estado nesta quinta-feira, 22, o atraso médio em vôos do País bateram recorde em 2006. A conclusão foi tomada depois de um estudo feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A agência confirmou que pousos e decolagens operados por companhias nacionais e estrangeiras atrasaram, em média, uma hora e 13 minutos em 2006, ante os 53 minutos registrados em 2005. Confira a média ano a ano, a partir de 2000: 2000: Média de 52 minutos de atrasos, para um total de 4.077 vôos, segundo a Anac; 2001: Média de 54 minutos de atraso, para um total de 3.219 pousos e decolagens; 2002: Média de 55 minutos de atraso, para um total de 2.793 pousos e decolagens; 2003: Média de 1h04 de atraso, para 2.811 operações; 2004: Média de 1h10 de atraso, para 2.120 operações; 2005: Média de 53 minutos de atraso, para 2.560 vôos; 2006: Média de 1h13 de atraso, para 3.060 operações.

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