Tecnologia e parcerias criam alternativas ao trânsito

Primeiro Fórum de Mobilidade Urbana do Estadão reúne pesquisadores, empresas de aplicativos e poder público para debater maneiras de reduzir congestionamentos e garantir viagens mais rápidas, baratas e seguras

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Por Redação
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Mauro Calliari modera painel com o secretário Avelleda, a ex-prefeita de Santiago Carolina Tohá, Franz Drees-Gross (Banco Mundial) e Gu Tao ( Didi) Foto: Felipe Rau/Estadão

O futuro chegou e não temos carros voadores, cidades suspensas nem teletransporte. Mas também não estamos tão mal assim. Para discutir as alternativas possíveis e as que devem surgir nas próximas décadas, o Estadão realizou no último dia 5 o 1º Fórum de Mobilidade Urbana, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.  Especialistas, representantes de empresas de aplicativos de trânsito e transporte e membros do poder público apresentaram suas visões sobre o problema e debateram soluções. Diretamente de Taipé, em Taiwan, o pesquisador do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Phil Tinn apresentou a criação de seu grupo de trabalho, um pequeno veículo autônomo movido por aplicativo. O modelo, já testado nas ruas dos Estados Unidos, é comandado por um computador de bordo e solicitado por aplicativo. 

Para discutir como a tecnologia pode tornar deslocamentos mais eficientes e seguros, foi realizado o painel Tecnologia, Mobilidade e Segurança. Participaram dele a Head de Políticas Públicas e Pesquisa da 99, Ana Guerrini, empresa de transporte por aplicativo e patrocinadora do evento, o líder de crescimento para América Latina do Waze, Paulo Cabral, o diretor do aplicativo de transporte público Moovit, Pedro Palhares, o professor e pesquisador da FGV Ciro Biderman e o diretor do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, Luis Antonio Lindau.  Eles destacaram como a profusão de dados gerados pelos aplicativos têm contribuído para identificar problemas e tendências urbanas, melhorar o fluxo e facilitar a vida das pessoas. Falaram, ainda, da necessidade de repensar o papel do carro particular nas cidades, seja pelo uso compartilhado ou por sua substituição por outras formas de transporte.  Entre os principais desafios, estão os crescentes índices de atropelamentos e mortes no trânsito, o alto preço das fontes de energia limpa, a dificuldade em regulamentar os novos serviços e o enrosco ao definir tarifas e subsídios. Já o painel Parcerias para Transformar os Transportes tratou da importância de coordenar ações de empresas, cidadãos e governos locais. Participaram dele o secretário municipal de Mobilidade e Transporte de São Paulo, Sergio Avelleda, a ex-prefeita de Santiago, no Chile, Carolina Tohá, o diretor de Prática Global de Transporte do Banco Mundial Franz Drees-Gross e o vice-presidente da chinesa Didi Chuxing, maior empresa de transporte por aplicativo do mundo, Gu Tao.  Carolina e Avelleda falaram sobre o trânsito como reflexo do espraiamento urbano. Foram citados casos de sucesso de parcerias público-privadas, como a Linha 4 do Metrô, lembrada por Drees-Gross, e tendências para o transporte público, como a van de sete lugares oferecida pela Didi. Para encerrar o evento, o ministro das Cidades Alexandre Baldy destacou o peso do aumento da frota, estimulada pelos incentivos oferecidos pelo próprio governo federal, e a importância dos planos de mobilidade municipais.