Tênis, bonés, e roupas são piratas ?made in Brazil?

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Nova Serrana (MG) é conhecida como a "capital nacional do calçado esportivo" - ao que as autoridades policiais acrescem a palavra "falsificado". Ela é a principal fornecedora de tênis piratas para a região da 25 de Março e do Brás. Cinco distribuidores, homens bem-sucedidos de Nova Serrana, recolhem os produtos contrafeitos em centenas de fábricas na cidade mineira, driblam a fiscalização nas estradas e entregam a mercadoria. Em 2006, foram apreendidos 47 mil produtos falsificados das marcas Adidas e Reebok. No ano passado, foram 469 mil. A lógica de produção dos contrafeitos repete a fórmula consagrada na China: quem fabrica produtos legais acaba montando um sistema paralelo de falsificação. Em Apucarana (PR), são os bonés. No polo têxtil de Jaraguá (GO), as imitações são de calças jeans e camisetas polo de grife. Uma vez produzidos, os falsificados contam com uma eficiente rede de distribuição e venda. Quadrilhas se encarregam do transporte. Quando são flagradas, perdem a carga. Mas, na maioria das vezes, os produtos chegam ao destino final. Já a venda é garantida pelos ambulantes. "Se prender mil camelôs, no dia seguinte vão ter outros mil. É a ponta mais frágil do problema, um exército que, como no tráfico de drogas, se substitui", diz Luiz Paulo Barreto, presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria. Um exemplo é o comércio que ocorre diariamente, das 4 até as 8 horas, nas Ruas Monsenhor Andrade e Oriente, no Brás. Camelôs vendem cigarros paraguaios e contrafeitos, roupas e brinquedos. As falsificações são mais grotescas. De olho na concorrência, comerciantes abrem as lojas por volta das 5 horas. Foi a forma que encontraram para não perder os clientes para a ilegalidade que prospera. Um ponto na rua está custando R$ 7 mil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.