Tentativa de fraude no País aumenta 9,4%

Em um mês, foram 171.325 golpes contra o consumidor, mostra indicador da Serasa

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Por Jerusa Rodrigues
Atualização:

SÃO PAULO - A cada 15,6 segundos, um consumidor é vítima de fraude no País, mostra pesquisa realizada pela Serasa Experian e divulgada no dia 20. Em maio, houve 171.325 tentativas de fraude, conhecida como roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para firmar negócios sob falsidade ideológica ou mesmo para obter crédito - um aumento de 9,4% em relação a abril. O setor de telefonia lidera os registros, com 64.329 casos, seguido pelo de serviços, com 54.823, e pelo setor bancário, com 34.632. Entre os principais golpes, segundo a Serasa, estão compra de celular, financiamento de eletrônicos, abertura de conta com identidade de outra pessoa e emissão de cartão de crédito. O publicitário Renato B. Mamede, de 23 anos, é uma das vítimas desses golpistas. Há dois meses, mais de R$ 3 mil foram debitados de sua conta no HSBC. "A conta só é usada para receber salário, que é transferido automaticamente para uma conta no Itaú", diz. "Fiz Boletim de Ocorrência, protocolei queixa no HSBC, e não tive retorno." O HSBC respondeu que o problema está sendo regularizado, mas o leitor conta que recebe até quatro ligações por dia cobrando o valor, além de ameaça de envio do seu nome ao SPC. Para o advogado Josué Rios, é um despautério o consumidor ficar submetido à confusão entre dois bancos, um HSBC bonzinho, que informa que o caso está sendo regularizado e outro HSBC que oprime e faz insistentes e indevidas cobranças. "O consumidor deve recorrer ao Juizado Especial Cível, a fim de pedir liminar para obrigar o banco a parar imediatamente com as cobranças indevidas e proibi-lo de impor restrições, como a negativação de seu nome", diz. "Deve ainda pedir o cancelamento da dívida e reparação por dano moral."Vítima recorrente. A leitora Maria dos Santos teve sua conta no Citibank fraudada três vezes em um ano. "A última vez foi em março, quando foi feito um saque internacional não autorizado." Ela teve ainda o cartão de débito clonado e um cheque falsificado e reclama que não consegue falar com sua gerente. O Citibank não respondeu ao jornal. "Apesar de o problema ter sido solucionado, não confio mais na segurança da instituição", diz Maria. Segundo o consultor jurídico da SOS Consumidor, Maurício dos Santos Pereira, apesar de o banco ter resolvido o caso, ele serve de alerta ao consumidor. "É preciso ficar atento a esses meios de fraude, sobretudo quando se usa o cartão de crédito para comprar pela internet." Sobre a dificuldade de contato com a gerência, afirma, o correntista deve formalizar uma queixa na Ouvidoria. "O consumidor está amparado pela Lei do SAC, que impõe uma série de obrigações aos bancos, que, se não forem respeitadas, resultam em sanções pesadas tanto do Procon quanto do Banco Central."

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