Termina assalto com reféns em fábrica de jóias em Limeira

Quando os criminosos se entregaram ainda havia 29 reféns nas dependências da fábrica

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quase nove horas de negociação, terminou, por volta das 2h30 da madrugada desta terça-feira, 3, o drama de 29 pessoas que ainda eram mantidas reféns por sete bandidos no interior da fábrica de jóias D. Carvalho, localizada no Jardim da Glória, em Limeira, a 152 quilômetros da capital paulista. Com o criminosos, foram apreendidos uma metralhadora, um fuzil, dois revólveres calibre 38, um 12, quatro pistolas e uma grande quantidade de munição. A Polícia Civil também confirmou a morte do soldado Vagner Modesto, durante ação da PM no assalto. O PM foi um dos primeiros a chegar ao local do crime e, foi atingido durante troca de tiros com os bandidos. A Polícia Militar informou que quando os criminosos se entregaram, 29 das 34 pessoas dominadas pelo bando ainda eram mantidas reféns. Às 21h30, uma funcionária grávida foi liberada e internada no hospital municipal, mas passa bem. Outros dois membros da quadrilha, um homem e uma mulher, tentaram escapar se passando por reféns liberados, mas foram descobertos e detidos em flagrante. As policias Militar e Civil e a Guarda Municipal cercaram o prédio. Ruas vizinhas foram isoladas. As negociações ocorreram o tempo todo por celular. Segundo o delegado seccional de Limeira, Aparecido Capello, que auxiliou nas negociações, é provável que os criminosos sejam da região, já que conhecem a cidade e como funciona a empresa. Vários deles já tinham passagem pela polícia por seqüestro, cárcere privado e latrocínio. A ação dos marginais começou perto das 18 horas desta segunda-feira, 2, quando homens invadiram a empresa. Eles usavam coletes com a inscrição ´Polícia Federal´. Outros membros da quadrilha já estavam no prédio e imobilizaram 34 pessoas entre o proprietário, clientes e funcionários. "Eles queriam dinheiro, jóias e ouro", disse Capello. A quadrilha estava fortemente armada com pistolas semi-automática, fuzis 7.62, submetralhadora UZI, espingarda calibre 12 e muita munição. "Instantes depois da invasão alguém conseguiu acionar o alarme chamando a policia", conta o delegado. Com o cerco de viaturas e o reforço de policias civis e militares o acesso às proximidades foi fechado afastando curiosos e familiares em busca de noticias. "As ameaças dos marginais eram ouvidas pelas rádios dos carros", contou o taxista André Pedro que levou um passageiro ao local e aguardava o desfecho. O comandante da PM Flávio Defieri lamentou a perda do policial que estava há 15 anos na corporação. "Não imaginava-mos o poder de fogo dos bandidos. Pensamos em uma ocorrência menor", disse. Cigarro e Refrigerante Os bandidos exigiram o fim do sobrevôo do helicóptero da PM e a presença de jornalistas. Perto das 22 horas os reféns começaram a ser trocados por pacotes de cigarro e refrigerante. Pediram a presença de dois advogados que representavam dois deles, em troca de duas mulheres grávidas que passavam mal. Elas foram levadas a Santa Casa. Maria Aparecida da Silva, de 30 anos foi presa ao ser apontada como membro da quadrilha. Ouro na cueca Luís Roberto de Araújo Júnior ´fingiu´ ser um dos reféns, mas foi detido ao ser desmascarado. Conhecido como Júnior Jóia, ele levava três quilos de ouro escondido na cueca e nas meias dos sapatos, segundo a polícia. Com a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da de São Paulo, a negociação evoluiu para a rendição da quadrilha. Reféns e bandidos saíram juntos com as mãos levantadas sob a mira dos policiais. As vítimas passaram a madrugada prestando depoimento. Um dos acusados, André Luís Xavier , o Caveirinha, era fugitivo do CDP de Americana. Outros seis também acumulavam passagens por presídios. Matéria atualizada às 13h45

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