PUBLICIDADE

Termina greve de professores no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 77 dias de greve, os professores da rede pública estadual aceitaram ontem o parcelamento de 3 a 12 vezes do pagamento do Plano de Cargos e Salários proposto pelo governo. Durante a paralisação, eles insistiam em receber o reajuste em, no máximo, quatro vezes. Na últimas semanas, no entanto, cerca de 50% das 1.930 escolas já funcionavam normalmente. Apesar disso, a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe) não considerou o fim da greve como derrota. "Na última greve, conseguimos incorporar os abonos aos salários. Agora, obtivemos esse decreto que parcela em 12 vezes. Não é o melhor, mas já conseguimos o Plano de Cargos e Salários. Mas da próxima vez, vamos conseguir o descongelamento do Plano de Carreiras", afirmou o coordenador-geral do Sepe, Gualberto Tinoco. Os professores decidiram voltar às aulas na quinta-feira, mas o secretário de Estado de Educação, William Campos, disse que eles devem retomar o trabalho hoje. "Estou convocando coordenadores regionais para definir um calendário de reposição de 52 dias úteis. Não é uma retaliação ao Sepe. Estou apenas cumprindo a Lei de Diretrizes e Bases, que prevê 200 dias letivos", afirmou Campos. Para ele, a greve não teve "vitoriosos". "Foi uma greve longa, que herdamos do governo Garotinho, e prejudicou milhares de alunos", disse. A reposição das aulas é outro ponto de divergência entre professores e secretário, além do reinício das atividades letivas. Tinoco diz que não há como definir um calendário único para todas as escolas. Ele defendeu ainda a manutenção das férias de julho. "É necessário respeitar o recesso de meio de ano, sob pena de comprometer o aprendizado", afirmou Tinoco. O dirigente sindical afirmou que a categoria decidiu interromper a greve, entre outros motivos, por causa dos alunos que estão no pré-vestibular. "A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) não adiou as provas de julho", afirmou Tinoco. O secretário William Campos disse que vai se reunir com a reitora da Uerj, Nilcéa Freire, para tentar resolver a questão, sem prejudicar os alunos da rede estadual.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.