24 de outubro de 2010 | 00h00
O Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) entrou na disputa pelas áreas. "Passada a questão política, vamos organizar as comunidades acampadas e ocupar essas terras", anunciou o coordenador nacional Lino de Macedo. Segundo ele, só no Pontal o Mast tem 800 famílias distribuídas em nove acampamentos. "Estamos reagrupando aquelas que debandaram durante o período eleitoral."
O líder do MST da Base, José Rainha Júnior, já convocou lideranças de movimentos como o Unidos pela Terra (Uniterra) e o Mast para uma reunião, após o segundo turno. "Vamos tornar público que o Pontal tem terra devoluta para assentar 5 mil famílias", disse. A forma de mobilização será definida. "Não descartamos as ocupações."
Rainha controla 12 acampamentos com 2,5 mil famílias nas regiões do Pontal e da Alta Paulista. Só no acampamento Adão Preto, em Araçatuba, ele cadastrou 950 famílias. Os alvos serão uma dezena de fazendas consideradas improdutivas em vistorias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Pelo País. A mobilização se estende a outros Estados. Sem-terra estão prontos para a ação na região de Naviraí, sudeste do Mato Grosso do Sul. No sul do Pará, lideranças do MST e de outros grupos tiveram dificuldade para controlar os acampados na região de Xinguara. Duas fazendas foram invadidas durante o período eleitoral e o clima é de tensão.
O centro-oeste, um dos principais polos da produção de grãos no País, também entrou no foco do MST. São esperadas ações em Goiás e Mato Grosso. No Rio Grande do Sul, o movimento comemorou a eleição de Tarso Genro (PT), mas as invasões vão continuar. "A expectativa é de que o governo Tarso tenha uma atitude de respeito pelo direito de manifestação", disse Ana Hanauer, da coordenação estadual.
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse que a retomada das invasões já era esperada. "Vamos cobrar que a Justiça continue fazendo seu papel", afirmou. Segundo ele, a decisão sobre as terras do Pontal não é definitiva. "Já houve recurso, ainda não julgado."
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