Testemunha secreta depõe sobre morte de Toninho

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Por Agencia Estado
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Uma testemunha que teria informações fundamentais sobre o assassinato do prefeito de Campinas (SP), Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, depôs hoje no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, cercada de sigilo e sob forte esquema de segurança. A testemunha chegou ao DHPP às 10 horas e só deixou o prédio no final da tarde, protegida por policiais para não ser vista, no banco de trás de um viatura da Polícia Civil, com filmes escuros no vidro. A viatura saiu do prédio em alta velocidade, escoltada por outros quatro carros da Polícia Civil, com mais de dez policiais armados com escopetas, metralhadoras e pistolas. O delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, responsável pelas investigações do assassinato do prefeito, afirmou apenas que se trata de um presidiário "altamente envolvido" com o crime organizado. "Não pudemos, em hipótese alguma, adiantar sua identidade ou sequer o local onde ele se encontra preso, inclusive para evitar uma tentativa de resgate", afirmou o delegado. Teixeira antecipou que a testemunha revelou "várias histórias" ligadas ao assassinato de Toninho. "São histórias que vamos checar. Mas com certeza avançamos bastante na elucidação do crime", disse ele. O depoimento da testemunha deveria ser mantido em sigilo, mas o forte esquema de segurança montado para tirá-lo do prédio do DHPP traiu o segredo. O depoimento foi acompanhado pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger, contratado pela família de Toninho e pela prefeitura de Campinas para acompanhar as investigações. Stettinger também não se pronunciou sobre o depoimento. Durante a tarde, o DHPP ouviu ainda o depoimento do menor A.S.C., o "Adrianinho", de 17 anos, um dos quatro acusados pela polícia de Campinas de ter participado do assassinato de Toninho do PT. "O depoimento não acrescentou nada, ele apenas repetiu o que já havia dito para a polícia de Campinas, ou seja, negou qualquer participação no crime", disse o delegado. Teixeira disse que não descarta o envolvimento de "Adrianinho" com o crime. "Alguma coisa, que não sabemos o que é, ele e os outros três acusados estão acobertando, e isso fica claro nas diversas contradições de seus depoimentos", afirmou o delegado. "Adrianinho" foi acusado por Anderson Rogério David, o "Boca", de ter executado o prefeito, juntamente com Globerson Luiz Moraes da Silva, o "Gro", e Flávio Mendes Claro, o "Flavinho". Em seu primeiro depoimento à polícia, o próprio Boca disse ter participado do assassinato do prefeito. Em seguida, desmentiu sua participação, disse que foi forçado pela polícia a confessar o crime, mas manteve a acusação sobre os outros três. Gro, Flavinho e Adrianinho negam qualquer participação. "Eles podem estar tentando ocultar o que sabem por várias razões. Não descartamos a hipótese de que alguém os tenha obrigado a assumir o crime e que eles agora tentem ocultar quem foi", revelou o delegado.

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