Testemunho de ex-marido provaria que Vilma não é mãe de Roberta

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Por Agencia Estado
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A polícia de Goiás conseguiu mais uma prova que poderá confirmar que Roberta Jamilly Martins Borges, irmã adotiva de Osvaldo Borges Filho, o Pedrinho, também não é filha legítima da empresária Vilma Martins Borges. O ex-marido de Vilma, Carlos da Silva, prestou depoimento em Salvador e confirmou que ela fez laqueadura em 1974, cinco anos antes do nascimento de Roberta que, segundo a polícia, é Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, seqüestrada de uma maternidade de Goiânia em março de 1979. Para o chefe da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), Antônio Gonçalves Pereira dos Santos, não haverá necessidade de Roberta ser submetida a exames de DNA para comprovar que não é filha de Vilma, mas sim de Francisca Ribeiro da Silva. "O caso está todo esclarecido e o DNA será desnecessário. A Roberta não existe, é uma fraude. Quem existe realmente é Aparecida", afirma o delegado, que não vai encerrar o inquérito até descobrir quem raptou a criança da Maternidade Maio, em Goiânia, e a levou para Itaguari, no interior do Estado, onde Vilma a esperava. Além do depoimento de Carlos, que é pai de Cristiane - outra irmã de Roberta - a polícia ouviu o padrasto de Vilma, Antônio da Silva, de 72 anos, que confirmou a falsa gravidez da mãe adotiva de Pedrinho. "Ele contou que, no período em que Aparecida nasceu, a Vilma não estava grávida", afirmou o delegado Gonçalves, ressaltando que o mesmo depoimento foi prestado por outra mulher, que também viveu com o ex-marido de Vilma. Oficialmente, Roberta foi registrada em 1997, quando teria 16 anos. Na certidão, consta que ela nasceu em março de 1981, em Itaguari, mas no hospital local não houve nenhum parto no período. Durante as investigações, a polícia descobriu que documentos escolares de Roberta atestavam que ela teria nascido em 5 de março de 1979, um dia depois do sequestro de Aparecida. "Com isso, conclui-se que Roberta é um fantasma, e a pessoa real chama-se Aparecida", diz o delegado. Para a polícia, uma das principais provas contra Vilma foi o depoimento de seu ex-marido. Na primeira vez que foi ouvido, em Goiânia, Carlos evitou falar sobre a ex-mulher, mas prestou novo testemunho em Salvador, onde mora, relatando que Vilma fez laqueadura, provavelmente após o nascimento de sua filha, Cristiane. Vilma esteve em Salvador entre janeiro e fevereiro de 1979, quando foi levar as filhas para visitar o pai. Mas quando retornou para buscá-las, em junho do mesmo ano, já estava com Roberta. "Tanto na primeira vez em que ela foi à Bahia, quando na segunda, ninguém viu a gravidez", afirma Gonçalves. "A atual família de Carlos confirmou que, na época, Vilma não apresentava qualquer sinal de que esperava uma criança." Para comprovar definitivamente que Roberta não é filha de Vilma, a polícia de Goiás ouviu o depoimento das enfermeiras Maria da Conceição Ferreira e Maria Helena Lobo, que trabalhavam no único hospital de Itaguari, quando uma mulher foi deixar um bebê no local. Pouco depois, Vilma apareceu e simulou um parto, fazendo, inclusive, uma cirurgia na barriga, para parecer uma cesariana. A fraude teria sido complementada com a ajuda de um médico, que pediu silêncio às enfermeiras. Vilma chegou a sujar a criança com sangue para parecer um parto recente. A intenção, conforme acredita a polícia, era enganar o empresário Jamil Rassi, que chegou a visitar Vilma no hospital.

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