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Texto foi escrito a 12 mãos

Por Bastidores: João Domingos
Atualização:

O discurso lido no domingo à noite pela presidente eleita, Dilma Rousseff, logo depois de confirmada a vitória sobre o candidato tucano José Serra, foi feito a 12 mãos: dela própria, do presidente do PT, José Eduardo Dutra, do secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo, do ex-ministro Antonio Palocci, do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e do ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência). A revisão final foi de Dilma, assim como a parte em que prometeu respeitar as mulheres, a que pediu a pais e mães de meninas para que olhassem nos olhos delas, e lhes dissessem: "Sim, a mulher pode!", numa clara referência ao "Yes, we can" ("Sim, nós podemos") do presidente americano, Barack Obama, e os elogios e reverências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O discurso foi ainda submetido ao crivo do vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB). De acordo com informações de coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, ela não mostrou o discurso ao presidente Lula. Nas reuniões que teve com os outros participantes da confecção do discurso, Dilma disse que iria lê-lo, porque não se sentia confiante para fazê-lo de improviso. A petista disse temer principalmente ser traída pela emoção no momento em que se referisse ao presidente Lula. Mesmo lendo a peça, ela fez grande esforço para não chorar. O discurso começou a ser montado no momento em que as pesquisas realizadas durante o segundo turno começaram a mostrar que a queda na preferência dos eleitores fora estancada. Por causa da revisão criteriosa, Dilma acabou atrasando sua chegada ao hotel de Brasília alugado especialmente para que recebesse governadores, senadores, deputados e aliados convidados para a festa da vitória.

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