Tietê terá transporte experimental de passageiros

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Por Agencia Estado
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O transporte de passageiros pelo Rio Tietê em São Paulo passará a ser feito de forma experimental no segundo semestre. O secretário estadual de Transportes, Dario Rais Lopes, afirmou hoje que o governo iniciará o transporte gratuito de 150 pessoas por dia em uma embarcação que sairá da eclusa do Cebolão, inaugurada este ano, e irá pelo Rio Tietê até a região de Osasco. A iniciativa faz parte do projeto "Navega São Paulo" e pretende atrair formadores de opinião, técnicos e empresários convidados pelo governo. O objetivo é divulgar a viabilidade da hidrovia do Tietê e estimular empresas privadas a investir no sistema hidroviário através de Parceria Público-Privada (PPP). A lei da PPP deve ser sancionada em breve pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o secretário Lopes, o serviço experimental será viabilizado com um protocolo de intenções a ser assinado, ainda este mês, entre as secretarias de Transportes, dos Transportes Metropolitanos e de Recursos Hídricos e uma Oscip (Organização de Socie dade Civil de Interesse Público). A embarcação (um catamarã) está disponível e terá ar-condicionado e telão para mostrar a história do Rio Tietê. A viagem entre o Cebolão e Osasco, de ida e volta, dura uma hora. "O governo quer vencer duas barreiras: a d a falta de conhecimento e a da falta de credibilidade da hidrovia", disse o secretário. Ele prevê que o transporte experimental possa começar em até 90 dias depois da assinatura do protocolo. Enquanto isso, o governo do Estado continua realizando as obras de aumento da profundidade do Rio Tietê, que elevaram em 2,5 metros o seu calado. Também estão sendo colocadas as sinalizações para as embarcações. Lopes acredita que a hidrovia possa operar comercialmente em 2005. O Rio Tietê tem 41 km de vias navegáveis entre a Penha e Santana do Parnaíba e 24 km navegáveis entre a Penha e o Cebolão. Além de ser mais barato do que o rodoviário, o transporte hidroviário pode diminuir os congestionamentos e a poluição na cidade. "É um sonho de 23 anos que está se tornando realidade", afirmou o engenheiro Laurindo Junqueira, assessor da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e membro da Câmara Paulista de Logística da Fiesp. Segundo ele, desde 2002 o governo estadual i nvestiu R$ 700 milhões na limpeza e desassoreamento do Rio Tietê com o objetivo de combater as enchentes e permitir a navegação. O Tietê recebe, no entanto, 100 caminhões por dia de detritos. De acordo com Junqueira, o governo estadual quer atrair companhias privadas que forneçam os serviços de transporte pelo rio e se responsabilizem pela retirada de detritos, que não pode parar. "Estamos sentindo que há muito interesse da iniciativa privada nesse projeto", comentou Junqueira, que participou do seminário sobre a hidrovia paulistana, organizado pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEES).

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