Tiro que matou jovem em show saiu da arma de empresário

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Por Agencia Estado
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O tiro que matou o adolescente Luiz Felipe Fischer, na sexta-feira de madrugada, em frente ao Ginásio da Unicamp, durante um show do Titãs, partiu da arma do dono da empresa de segurança contratada para prestar serviços no evento, Flávio Couto, disse nesta quarta-feira o delegado José Roberto Rocha Soares. Couto foi preso nesta terça-feira, no final da tarde, e encaminhado à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas. O resultado do exame de balística, que apontou de que arma o tiro partiu, foi apresentado à polícia na segunda-feira à noite. O delegado Soares, do 7º Distrito Policial, chegou a pedir prisão temporária de Couto na segunda-feira à noite, mas não havia nenhum juiz de plantão para assiná-la. O segurança continua a negar que tenha atingido o adolescente. Acareação Outro suspeito, Marcelo Xavier Costa, está detido no 2º DP desde segunda-feira. Ele e Couto confessaram ter atirado, mas afirmaram que os tiros foram disparados para o alto. O tiroteio ocorreu depois que um grupo de jovens tentou forçar a entrada no ginásio sem pagar ingresso. Nesta quarta-feira de manhã a polícia vai promover uma acareação entre Couto, que portava uma pistola 380, apreendida no dia do show, e Costa, que entregou um revólver 38 na segunda-feira, quando foi ouvido pela polícia. Testemunhas Somente nesta quarta-feira foram ouvidas nove testemunhas no 7º DP. A polícia procura um adolescente que teria sido agredido pelos seguranças no momento da confusão e que poderia relatar como ocorreram os disparos. A família de Fischer fez um apelo público para que o adolescente procure a polícia para depor. O delegado comentou que poderá fazer a reconstituição do crime. O advogado de Couto, Fernando Salvador Neto, argumentou que ainda não há comprovação ?absoluta? da autoria dos disparos porque a balística apontou que o tiro foi disparado de uma pistola 380, mas não necessariamente de seu cliente. Salvador Neto disse que está analisando as medidas a serem tomadas. Questionou a entrega do revólver de Xavier, três dias depois do crime, afirmando que o suspeito pode ter apresentado outra arma e não a que portava no dia do ocorrido. Xavier pode ser solto nesta quarta-feira até meia-noite, quando vence sua prisão provisória. Irregularidades Segundo informações do Sindicato de Empresas de Segurança e Vigilância de Campinas, quatro dos 12 mil seguranças que atuam na cidade trabalham irregularmente, sem treinamento adequado. Ainda conforme o sindicato, Campinas tem 83 empresas legalizadas e 160 clandestinas. Para operar, as firmas de segurança precisam de autorização do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. Seus funcionários são proibidos de utilizar armas de fogo em locais públicos onde há concentração de pessoas. Debate A Câmara Municipal de Campinas divulgou, na tarde desta quarta-feira, que promoverá nesta quinta um debate sobre segurança privada com a participação de representantes do Sindicato dos Empregados e Trabalhadores em Vigilância e Segurança Privada de Campinas, Conselhos Municipais de Segurança, a Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos, polícias Federal, Civil e Militar.

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